terça-feira, 1 de julho de 2014

apesar da eternidade


Ele era a minha raiz. Minha saúde. Muleta.
Dia de sol e de chuva também. Rebuçados de mentol.
Bolos da Royal. Ida à praça. À praia e ao futebol.
Ele eram quadras de Aleixo. Fado cantado. Desgarrado.
Minha saudade, no olhar saudoso da terra longe.
Família e passado.
Casa e trabalho.
Ele eram sonhos. Tantos...
Ele era um sonhador. Ingénuo e alegre sofredor.
E de estórias, real contador.
Ria e chorava sem vergonha de chorar. E encantava.
Ele era um misto de passado e futuro.
Dono do tempo, que muito amava.
Ele era Inquietação. Persistência. Teimosia e sedução.
Ele era coração...
Amigo. Marido. Pai, filho, Irmão. Tudo era. Tudo foi, na perfeição.
E eu amei-o ainda e depois de menina. Respeitei-o e admirei-o mulher.
Ele é o meu pai, sô Santo (s), aquele da minha devoção.

m.c.s.

P.S. Hoje, dia 1 de Julho, primeiro dia do nosso mês, sô Santos completarias 89 anos. E mais uma vez não me esqueci. Apesar da distância a separar-nos, pai. Da eternidade ...

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