quinta-feira, 5 de maio de 2016

já a formiga tem catarro

No metro da linha azul. Eu. E algumas dezenas na carruagem. Fazendo o percurso para o Terreiro do Paço, em dia de Mãe.
À volta, mães e filhas ( mais que muitas). Estas, adolescentes. Invariavelmente entediadas. Outras, mais crescidas e igualmente enfadadas. As mães, imperturbáveis.
Ao meu lado, uma rapariga grávida. À minha frente mãe e filha. Mãe jovem. 
Filha de tenra idade. Não mais de três anos.
Acabada de me sentar, ouvi,
- Chama-se Vitória? Olhando a pequenita e com a mão acariciando a barriga ( como as grávidas fazem instintivamente ). A minha bebé vai chamar-se Vitória.
A outra - Que giro! Não há muitas. Na escola é a única. Quando nasce?
- Em Agosto, disse a futura mamã.
A outra - Vai ser Leão.
- O pai também é. Eu sou Virgem.
A outra - O pai da Vi também é. Eu sou Escorpião.
- Eu sou Sporting! diz a pequena Vitória.

m.c.s.
P.S. Fiquei a pensar na pequena Vitória. No Sporting e em premonições. Quis bater com os nós dos dedos na madeira mas o metro é todo em aço. Então agarrei-me à ideia de que nem tudo é perfeito. Não estava na linha verde. Mas na azul, o que por si só não constitui perigo. E depois a linha que mais gosto é a que me leva para o aeroporto. E me traz de volta a casa. A vermelha. Bem como a amarela, o que nem por isso me desespera)

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