segunda-feira, 17 de agosto de 2015

exorcisismo

Há uma cor marfim na minha tristeza. 
Uma fragrância de frangipani na minha saudade. 
Brisa fria e branca nesta falsa paz...
Porque há um silêncio negro e teimoso. Dominante. 
Um sorriso desdenhoso. Obsceno e perigoso.
Rindo-se de mim. 
E uma interjeição. Denegrindo-me a emoção.
Há até moribunda tranquilidade. 
E viva desilusão. 
Destruindo-me a inspiração.
Na esquizofrenia enganosa d' um verão louco a despedir-se envergonhado, há cobardia e desamor.
E intermináveis gestos. De negação. Por tactear. A vida... 
Contas de somar dias, para diminuir o desencontro do coração. Nas contas por ajustar.
Há em mim uma criança meio perdida. Na mudança. Na vontade de chorar.
Há este frio, este vazio de não ficar. De não partir. 
De não amar. De não saber esse lugar. 
Do tempo, o meu sonho matar...
Há no fim, essa certeza.
Há uma cor marfim na minha tristeza...

m.c.s.

Sem comentários: