quarta-feira, 16 de maio de 2018

ser nobre

Sempre que me pergunto se alguém me deve um pedido de desculpas ocorre-me dever ser superior e ter consciência de que somos esse lugar comum que é o de sermos humanos e viventes e errarmos, como tal eu certamente também deverei pedidos de desculpas a alguém - no entanto a vida segue pelos caminhos que escolho, egoísta e indiferente, pouco me detendo a analisar onde falhei, se é merecido, se mereço, ou simplesmente se foi a própria vida nas suas circunstâncias que determinou esse lugar solitário, soberbo, arrogante e desmerecido de não me pedirem desculpas, de não pedir perdão.
Sempre que me pergunto se alguém me deve um pedido de desculpas, ocorre-me dever ser superior e desvalorizar. O tamanho da ofensa. Todo o valor do carácter. Da coluna vertebral. Que nos distingue dos demais animais. E perdoar. Perdoando, liberto-me. E posso avançar em busca de possibilidades novas. Menos culposas. Pela estrada da nobreza.
Sempre que me pergunto se alguém me deve um pedido de desculpas confronto-me com a minha consciência, o meu ego e as minhas limitações. E mesmo assim, sim. Alguém me deve um pedido de
desculpas. E ficará a dever. Porque em vida não foi capaz de o fazer...
Eu, em vida e não na morte, já há muito perdoei.

m.c.s.

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