" Quem é esta virgem morena? Quem é esta virgem que parece que ginga?
Esta virgem é a mamã Muxima. Que vem de África. "
Ouvi isto, na voz e na imagem do canal angolano que chega ao meu aconchego a que chamam lar, nesta manhã quente e bonita de Abril.
E simplesmente me arrepiei.
Os olhos, esses marejaram. E o meu coração sentiu mais forte Angola. Desenhou o mapa. Sem limites. E passou a kimbundo, que mora em mim. A muxima.
Tocaram sinos na minha pele. O sorriso se ampliou e a fé se envaideceu.
Tocou-me a angolanidade espalhada pelo mundo.
Hoje, domingo, dia de paz e descanso, tocou-me a minha verdade das coisas.
Ser angolana não é um acidente de percurso na vida dos meus progenitores.
Nem uma coincidência feliz. Nem um acaso do destino. Nem um calhas.
Ser angolana é ter a certeza de que amo essa condição para além do que não sei, não imagino, nem consigo sonhar.
Para lá do universo e das eternidades em que a minha alma se renovará.
Para lá da consequência e da causa.
Ser angolana é coisa de muxima. Não faz.
Ser angolana é. E eu...eu sou.
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