quarta-feira, 14 de março de 2018

apenas isto...

Enquanto, na pérgola do miradouro, um artista brasileiro canta - quando a gente gosta, é claro que a gente cuida, fala que me ama, só que é da boca p' ra fora, ou você me engana ou não está madura, onde está você agora? eu, ali, no miradouro de Santa Luzia, atrevo-me a sentir palavra por palavra, enquanto cantarolo, também, a dita música antiga do maravilhoso Caetano Veloso, acompanhando o ritmo. Numa parceria inocente com o artista. 
Dali contemplo o mundo que o lugar me oferece. As nuvens brancas em constante movimento, os aviões que cruzam os céus. As outras margens. As terras, conhecidas de mim. As gaivotas adivinhando temporal. Os barcos no Tejo. 
Há um, que saiu há pouco da estação do Terreiro do Paço e outro que a ela regressa. Quantas histórias felizes e infelizes, viajarão nesses barcos, que rasgam as águas do rio, transportando os protagonistas...
Os turistas tiram fotos e falam alto, num entusiasmo de quem gosta do que lhes é dado viver. 
Entusiasmo-me também. Invade-me a emoção. Na consciência da conquista dos dias. Do dia. Feita de alegria pura, que me nasce da alma sequiosa de Lisboa e da sua dinâmica graciosa, bairrista e cativante. 
Vezes há que experimentar o céu, é isto. Apenas isto. Um passeio pela cidade e seus bairros típicos, de máquina na mão e curiosidade e paz no coração.
Ontem foi dia. De me atrever a ser feliz. Consegui. As saudades orientaram-me e apoiaram-me no caminho. E o desejo de ser livre e cuidar de mim, também.
É que ' quando a gente gosta é claro que a gente cuida...'

m.c.s.

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