sexta-feira, 18 de agosto de 2017

meeeeedo

Chegada ao Marquês mudei para a linha azul mas antes parei nas tapiocas. Ninguém por perto. Quando escolhia o recheio ouvi gritos de um homem repetindo sempre a mesma ordem ou protesto, porém imperceptível. A vendedora olhou-me e sorriu indiferente. 
- Que medo! Disse eu. Acrescentando - com atentados atrás de atentados nunca se sabe...
No minuto seguinte sobem pela escada rolante vindos da plataforma onde eu já estaria se não tivesse parado nas tapiocas, 2 homens. Um, alto, encorpado, de barba, vestido de calças de ganga e camisa branca. O outro de calções e t-shirt. Sacos e mochila na mão que coloca no chão ao mesmo tempo que pára e faz parar o das barbas dizendo-lhe que se mantivesse afastado e junto à parede. Marca um número no telemóvel e diz-lhe
- Vou só saber se tem problemas com a justiça ok? Não se agite. E vai dando os dados do homem a um João qualquer que está do outro lado da linha, consultando algo que tem nas mãos. Chega entretanto um segurança do metro. Falam. Não ouvi o que disseram. 
Agarrei na minha tapioca, peguei e andei. Para a plataforma aonde algo aconteceu que deu origem ao que vi.
Barcelona, turismo, estação de metro, terrorismo, medo. Palavras presentes em mim hoje. 
Lisboa está linda e eu espero que nada lhe estrague a beleza.
É que eles " andem " por aí e até os agentes parecem veraneantes. Já não se sabe quem é quem. A prová-lo os de hoje. Não saberia dizer quem era o suspeito.

m.c.s.

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