sábado, 25 de fevereiro de 2017

enganada ou quê? Quê...

Depois de dar uma volta ao quarteirão, que na verdade são uns 3 kms, abrandei a marcha e fui ao Pingo Doce da Póvoa, que serve também o Olival - pois que aqui é tudo paredes meias umas terras com as outras. Porque a tarde de ontem foi pacífica e caseira estava sem pressa e pude passear-me 
pelos corredores da média superfície vendo a tal qualidade/preço a que nunca liguei mas que nos tempos que correm é necessário nela atentar; e munidos de máquina calculadora, mesmo se for de cabeça.
Andava eu no corredor dos iogurtes quando me saem ao caminho duas miúdas. 
E quando digo miúdas não me refiro a crianças, mas adolescentes espigadotas. Entre os 12 e os 14 anos. Magritas. Altas. Bonitas. Bem vestidas. Negras. 
- A senhora pode dar-nos um euro? Devo ter franzido a testa, incrédula pela abordagem. Então a mesma adiantou - Viemos comprar um pacote de bolachas mas só temos 50 cêntimos. E custa 65. pensámos que a senhora podia ajudar-nos. Ri-me com a situação. Ou estavam a gozar com a minha 
cara, ou me acharam otária, ou quê....
- Mas se têm 50 e as bolachas custam 65 para que é que precisam de um euro? Então a outra adiantou -- O que queremos é o resto que falta. A rir ainda, abri a carteira tirei um euro que lhes dei - Vou dar-vos um euro mas vocês não devem sair por ai a pedir dinheiro à toa. Podem dar-se mal. 
Se for um adulto mal intencionado pode fazer-vos mal. Ficaram com carita de envergonhadas. Ou quê...
Perguntei de onde eram. Responderam - De Angola - Eu também sou. Disse-lhes. O rosto delas iluminou-se. D' aonde? De Luanda, respondi. A que me abordou, a sorrir até às orelhas, disse ser de Luanda e a outra de Benguela. Vi-as ir embora sorridentes. Com o euro. Não sei o que foi aquilo. Se quiseram enganar-me ou se foi ingenuidade e gulodice. Mas sei que gostei de lhes dar esse euro. Por conta de duas kanucas bonitas da minha terra, que queriam comer bolachas. Ou não...

m.c.s.

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