segunda-feira, 27 de maio de 2019

en passant

A gente nasce do ventre sagrado da nossa mãe. Cresce no lar do amor que prepararam para nós.
Depois...quer ser solto no mundo sem rede nem ensaio. 
E nem apátridas nos sentimos, mas é o que somos. Vagabundos nos sentires, mas reféns do cordão umbilical, não sabemos sequer com quantos paus se faz uma canoa para nos protegermos e 
libertarmos, na vida nómada que ansiamos ter.
Podemos até percorrer os quatro cantos do mundo, podemos até assentar arraiais num lugar mágico mas a escolha da nossa casa nem sempre acontece. Aquele vão de escada que nos acolhe, abraça e aconchega. Nos salva.
Quantas vezes o nosso lugar começa por ser imposto. Depois a gente habitua-se. Aceita. Resigna-se. E acredita que está no espaço certo.
Mesmo estando de passagem, feliz é aquele que habita onde o seu coração floresce.

m.c.s.

Sem comentários: