domingo, 3 de outubro de 2010

a calçada que me descalça

A calçada portuguesa...bonitinha. Uma obra de arte. Que só existe nos nossos passeios, estradas cortadas ao trânsito, quintais de vivendas. Em Portugal. E nas ex-colónias. Esta é em Luanda. Está lá linda e parecendo novíssima, acabada de colocar por um qualquer calceteiro, talvez chinês, no átrio da minha igreja. De S.Paulo. Do Sambizanga...
E esta e todas as calçadas portuguesas são lindíssimas. E têm tanto de obra de arte como de traiçoeiro. Numa perseguição feroz às mulheres. De saltos. Já tinham advinhado não é?
À minha conta, já somou várias quedas e muitas capas, cuja ida ao sapateiro, significativa, em termos de euros e pela parte que me toca, ainda ouvindo ralhetes do sapateiro que me pergunta: Mas por onde é que a senhora anda, que esfola os saltos todos? E isto e aquilo. Como preciso dos seus préstimos porque sapateiros que se prezem como o " meu " já vão escasseando, mastigo a vontade de lhe responder ao meu jeito, e a somar a traição da calçada, ainda a humilhação perante o senhor sapateiro.
Ontem foram mais umas capas para não dizer que parecia uma aleijadinha cheia de calos por esse Rossio fora e rua Augusta. Livrei-me do Chiado, mas juro-vos que foi só por acaso. Isto tudo porque me ofereceram uns sapatos e eu quis usá-los, lindos, belos. Agora, aonde? Na calçada portuguesa da baixa de Lisboa.

Muito má volta...

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