São mesmo centros de mesa de Natal.
Bem sei que ainda faltam dois meses e tal para a bonita época natalícia. Mas já faz frio. Já chove. Já se comem castanhas. E calçam-se botas. E colocam-se os edredons de inverno nas camas. E compra-se lenha para as lareiras. E já há lojas de decoração com a árvore de natal...portanto, não é descabida a apresentação destes centros de mesa.
Adianto que não fui eu que os fiz. Oh! Eu! Não saberia por que ponta lhes pegar. Não sou habilidosa. Nos trabalhos de mãos. Se calhar por ser canhota. Ou não.
Sei fazer malha e olhem lá! Páro aí porque já não há pachorra para botinhas de bebé ou para um coletezito para mim. Longe vai o tempo em que me achava a rainha do tricot e dominava os pontos mais difíceis e bonitos. A precisão dava-me o engenho. Quem sabe com a crise, volte às agulhas e às lãs...nunca se sabe. Deus queira que não.
Mas com precisão ou sem ela, numa atitude de grande talento para a coisa, uma amiga minha, kamba antiga, do tempo das discussões nas aulas de lavores do Liceu Feminino, resolveu pôr mãos à obra e para além de ser um pássaro dos ares do mundo, voando de um mundo para outro, quase que diariamente, gosta de poisar na sua casa em Luanda e dedicar-se a estes trabalhos giríssimos. Diz ela que é um bálsamo para o cansaço e para o stress. Eu sei disso. Sei porque gosto muito de cozinhar e se acaso estou com dor de cabeça ou outras dores assim mais visíveis, como por exemplo, dor de cotovelo ( mentira, não tenho dores de cotovelo nunca ) o remédio é chegar-me à cozinha, parar em frente ao fogão, umas horas.
Mas dizia eu que a minha amiga tem muito jeito para os trabalhos manuais, verdadeiro talento, a bem dizer. E por isso produz, quase como numa linha de montagem. Isto que estão aqui a ver é nada, comparado com o que faz.
A mim, o ano passado, brindou-me com um belo centro de mesa, de presente de Natal.
Este ano já começou a pôr ordem nos trabalhos e o resultado é este.
Se alguém estiver interessado nos seus centros faça o favor de dizer.
Foi também por isso que eles foram aqui colocados, para além de mostrar os dotes da minha artesã preferida.
Ela faz um sucesso na sociedade angolana. Poderá fazê-lo também em Portugal. Porque não?
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