Calcei o sapatos pretos que fazem toc-toc, toc-toc, e que me valeram o nome de generala, na primavera passada, quando os comprei e desfilei na calçada. Avancei na calçada da cidade, que nem um tiro. Direita ao quartel, ah, perdão, ao emprego.
Das obras de Santa Engrácia, ao pé de casa, tudo continua devagar devagarinho, à minha passagem, até na inteligência, sensibilidade e educação.
Do alto de um andaime já não é a primeira vez que oiço crioulo com um sotaque carregado de quem é guineense e não caboverdiano. Com beijos repenicados, à mistura.
Alguma vez vos cantaram o hino nacional? Estranho não é?
Pois hoje, não ouvi crioulo nem beijos repenicados. Ouvi em coro o hino nacional, a portuguesa, sim senhora. Trolhas, num coro afinadíssimo.
E sabem que mais? Fiquei indecisa entre fazer-lhes continência ou pô-los em sentido.
Sensatamente marchei dali para fora antes que a caserna se animasse mais, que o mundo da construção civil não é a minha guerra.
Porém achei piada. Se havia de sair alguma obscenidade, saiu o hino. Se calhar foi quase a mesma coisa. Vai-se lá saber qual foi a intenção, e do jeito que o país está a pegar fogo...
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário