sexta-feira, 15 de outubro de 2010

olhares

Olho à minha volta. Perto. Muito perto.
Onde o meu olhar alcança...
Sem pestanejar...
E olho montes e vales. Serras, ruas e vielas. Becos sem saída.
Fixo o meu olhar cansado sobre as coisas reais.
Nunca gostei do que é pequeno. Esforço-me. Salto o invisível como se fosse um muro alto e esbarro no mundo pequeno à minha volta. Nas mentes pequenas. De olhares miopes.
Hoje, porém fico-me pela pequenez da realidade que vivo. E que me rodeia.
Doridos os meus olhos queriam ver azul. Ondularem ao sabor do tempo. Adormecer e sonhar castelos de areia molhada, na beira-mar da praia dos meus encantos e desencantos. Chapinhar ao sol e no sal desse mar que me faz falta e que não vislumbro daqui.
Tudo é pequeno. Nem contos de fadas, nem poemas, nem serenatas. Nem mantos bordados a prata e ouro. Nem coroas de diamantes.
Hoje os meus olhos lúcidos, choram o que a minha alma sente. E cegam-na.
Hoje tenho as vistas cansadas...

3 comentários:

Elizabeth disse...

Tanta tristeza, Clarinha! Anima-te amiga (olha quem fala, né?) Um abraço muito graaaaaaaaaaade. Beijinhos

Elizabeth disse...

Eu queria dizer GRANNNNNNNNNDE, claro!
Beijinho

Maria Clara disse...

Oh amiga! Tão querida, voltando aqui. Não precisavas emendar. Então eu não percebo? Como eu percebo Elizabeth!
É até pecado eu sentir-me em baixo não é? Tu és Grande. Como te aguentas à bronca, querida...tbm tenho uma mto perto de mim, a minha caçula que se aguenta à bronca com uma coragem como tu que olhando-vos até sinto vergonha e prometo a mim própria deixar-me destas " paneleirices ". Mas isto passa, hoje tiuve um dia agradável, com algumas emoções gostosas. Foi bom. Beijinhos