Disseram-me assim:
- Vi a Ângela.
- Viste?
- Vi a tua família toda. Na Feira ( dos frutos secos ).
Percebi a confusão. Queria dizer Paula.
É habitual eu trocar-lhes o nome. Achei curioso, trocarem-lho.
E o que me disseram a seguir encheu-me dum sentimento doce e grande.
Orgulho. Admiração.
Perguntaram-me assim:
Como é que ela consegue?!
Eu não respondo. Quem pergunta não espera resposta.
Eu não sei responder. Ninguém sabe. Nem ela.
Todos sabemos que é, muita coragem, muita força, muito Amor.
-Andava como sempre. Bem disposta. Chamei-a...
-Está sempre bem disposta.
- Como é que ela consegue?!
Consegue. Só sei que consegue.
Uma lição de vida. Que a minha irmã, a minha caçula nos dá a todos.
Andava ela, o Paulo, o mano Zé e Lurdes.
Ele, o Paulo estava bem disposto, segundo o mano Zé. A cadeira de rodas já não é impedimento. Já não se fecha. Já percebeu que a sua vida é preciosa e deve vivê-la.
Que privilégio, fazer parte deste núcleo familiar...
Um dia, será normal, completamente normal a caçula e o meu herói, passearem pelas ruas da cidade, sem que me contem que os viram...
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