quarta-feira, 9 de junho de 2010

Mote para sonhar

Acordei querendo sonhar. Faltou-me tempo. As minhas noites ficaram pequenas para os sonhos que ando a querer sonhar. Não sofro de insónia, nem rebolo na cama para dormir. Não tomo comprimidos milagreiros. Não preciso de fantasias. Deixei de ser sonâmbula faz tempo. De vez em quando tenho uma recaída. Pequena. Nada de preocupante.
Hoje eu queria silenciar o som musical e ensurdecedor da madrugada já sol alto e ficar-me enrolada no meu sonho para sonhar o que me falta. Na sombra das janelas que já não estão fechadas e da porta aberta. E ouvir as salvas de palmas que não dei nem pedi. Sem vénias nem obrigações. Sem etiqueta.
Hoje precisava sonhar nas asas do vôo do pássaro branco. Podia ser até a velha cegonha que dá luz a mais sonhos. Livre de mácula. Atravessar o tempo devagar e poisar na tua janela por abrir, só para acreditar-te no meu sonho que ainda não tive tempo para sonhar e te dizer que gosto de ti.

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