Sabem quando começam a sentir um nervoso miudinho, já não vêem nem ouvem ao redor, se concentram num propósito e do estômago vem uma quentura que parece que vos cega e vos transforma em seres primitivos? Pois se calhar não sabem. Se calhar são mais educados que eu, mais calmos e mais racionais. Mais superiores também. Eu sei. Eu sei que estou crescida mas há momentos que minguo num crescendo selvagem.
Quando numa esplanada estão dois homens, bebendo cerveja pela garrafa.
Uns de muitos, da obra do lado.
Que todos os dias do alto dos andaimes, se esticam num vocabulário obsceno, deitando o barro à parede, prometendo fazer coisas que nem nunca fizeram, não sabem fazer nem quem passa quer que façam. Mas que mereciam que alguém mais ordinário ainda, lhes dissesse: Não fazem nada, pá, é só goela, venham cá abaixo ver o que é que eu vos faço a vocês...e lhes desse uma lição para a vida.
E, indo eu a caminho da minha vida e aproximando-me destas duas criaturas transpiradas e cheirando a esterco, oiço, vejo e quase sinto: eu gosto é das p....das morenas, eu gosto é das p....das morenas. Num relógio de cuco engasgado e fedorento. E obtendo a resposta: Eu também gosto de morenas, f..... , como esta. Eu fazia-lhe...
Jesus Maria!É preciso ter estômago e o meu é delicado. E os meus fígados também e de má raça. Contei até três e segurei-me a tempo. De ouvir uma mulher que veio ao encontro deles, de cerveja na mão, com um facis bastante denunciador de um alcoolismo em crescimento e uma voz enrolada e pastosa que lhe diz: Já estás bêbado, c....., não vês que a morena não é para os teus queixos?
Jesus Maria! Nem os da vuvuzela, de sábado passado me provocaram esta sensação. Que estes exaltaram numa alegria deles, incomodando pelo exagero e falta de civismo, não se metendo directamente com ninguém. Anjos, a bem dizer, ao pé desta escumalha.
Estes merecem um estudo qualquer, superior. E internamento. E cópias, daquelas que as professoras na primária mandam fazer de castigo. Eu sou...eu não sou...
Se soubessem escrever em cadernos com linhas e ler nas entrelinhas.
Continuei o meu percurso como se fosse cega, surda e muda, como me ensinaram. Não reagindo. Nem resvalando...
Não sei o que teria feito e o pior é que fizesse o que fizesse, seria mal feito e eu sei.
E sabe Deus...oh, oh se sabe!...
sábado, 12 de junho de 2010
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