terça-feira, 15 de junho de 2010

Mais isso...


" Vai de truz truz truz, vai de traz, traz, traz, és o meu amor, és o meu rapaz..."
O autocarro vai deste jeito. Música, alegre, e de raiz popular. Na rádio Pernes, logo pela manhã.
Ninguém reclama e há quem siga o ritmo com a cabeça.
Os miúdos partiram para férias e exames. Sem se despediram. Nem a miúda da Escola Profissional me disse que... até outro dia, muitos dias, que agora, ou nunca mais nos vemos ou só lá para Setembro.
Não faz mal. A idade justifica o justificável.
O autocarro mudou de jeito, assim, para o popularucho e conservador.
Às cinco e meia, agora que a s.p. já não está a trabalhar comigo e perdi a boleia, volto para casa de autocarro. Outro motorista, outro rádio, mas não melhor. A rádio local continua a ser a preferida dos motoristas da zona e desta feita foi quim barreiros a abrilhantar a viagem.
" A égua da tua mãe, nunca consegui montar, o cavalo do teu pai estava sempre a relinchar..."
Decididamente, hoje devia ser um pouco menos pobre. Voltar para casa, sei lá, de taxi por exemplo.
Ou mesmo, trés riche, de forma a não precisar de trabalhar ao invés de receber a folha do vencimento e perceber que o irs deu um rombo no ordenado que jesus maria, não sei como vou de férias, aquelas que me exigem bastante " cumbu ", ou seja, sete horitas até à terra vermelha de luas e sóis raros, de mulembas e palmeiras , de kizombas e sembas, de amigos, daqueles que são para sempre num amor que não tem fim.
Será que por isto, ou na falta, hoje não suportei as viagens e as músicas popularuchas ultrapassando a vulgaridade e raiando a rosqueirice? Ou será que eu não fui mesmo feita para a " pimbalhada "?
Ou estou num momento mau? Mais isso...

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