Encontrei a Maria à porta da Douglas. Do Colombo.
E toda eu me iluminei. Rejubilando.
Finalmente...
Não era a Virgem. Porém, no caso, a minha salvadora.
Procuro a Maria há algum tempo. Ela, só ela, tinha a chave do mistério, que nenhuma colega sua foi capaz de desvendar. Consegui saber o seu nome pela descrição feita por mim às colegas.
Simples descrição. Novinha, bonita, olhos grandes e mestiça. Talvez indiana.
Ah, já sei. É a Maria. Está de folga. Mas acho que vai ser difícil p'ra ela saber passado tanto tempo o que pretende. Vêm aqui tantas senhoras...Disse-me uma colega. E outra. E outra. Várias. Frustradas que eram as tentativas para descobrirem o perfume que eu tinha num vidrinho que a Maria encheu para amostra, achando que era " a minha cara ". Esquecera de perguntar o nome. Apenas sabia qual o escaparate.
- Ah isso!...estamos sempre a mudar os escaparates. Dizia a última a quem pedira ajuda de frasquinho na mão.
- Precisa de ajuda? perguntou-me aquela menina bonita e de olhar doce, que dá pelo nome de Maria e que eu tanto procurava encontrar.
- Oh que bom. É mesmo você, a Maria, que eu queria.
Olhou-me como se eu fosse perturbada, franzindo a testa, sem desfazer o sorriso.
Expliquei como eu faço. Tim-tim por tim-tim, com os pormenores todos. E ela percebeu tudinho com a clareza que faltou a cada uma das outras empregadas da perfumaria, quando as abordei em dias diferentes há vários meses.
Eu sabia que ela saberia. Aconselhou-mo depois de lhe ter dado os meus gostos nessa matéria, com nomes de marcas. E dissera-me na altura que aquele, o tão desejado, o tão falado, estaria entre um e outro, dos que eu usava e que era de facto o adequado.
Cheira maravilhosamente. Assenta-me que nem uma luva e a Maria tem olho clínico para a coisa.
Sorri vitoriosa quando a vi encaminhar-se para o escaparate de sempre, depois de me ter dito que sabia qual era.
Pediu-me as costas da mão esquerda e pulverizou. E eu fiquei em êxtase.
Na batatinha, Ganda Maria!
Finalmente. Quem espera, pode desesperar mas também alcança se tiver paciência. É uma questão de tempo e paciência. Como tudo na vida.
Encontrado o perfume, não olhei para trás. Será o meu perfume, a intervalos com outros igualmente bons que sei que vou receber. Para Angola seguirá este. Um perfume com uma história feliz e sem passado nem lembranças. Criança como eu, quando entro no avião e ele abandona Lisboa a caminho de casa, para o ventre materno.
E toda eu me iluminei. Rejubilando.
Finalmente...
Não era a Virgem. Porém, no caso, a minha salvadora.
Procuro a Maria há algum tempo. Ela, só ela, tinha a chave do mistério, que nenhuma colega sua foi capaz de desvendar. Consegui saber o seu nome pela descrição feita por mim às colegas.
Simples descrição. Novinha, bonita, olhos grandes e mestiça. Talvez indiana.
Ah, já sei. É a Maria. Está de folga. Mas acho que vai ser difícil p'ra ela saber passado tanto tempo o que pretende. Vêm aqui tantas senhoras...Disse-me uma colega. E outra. E outra. Várias. Frustradas que eram as tentativas para descobrirem o perfume que eu tinha num vidrinho que a Maria encheu para amostra, achando que era " a minha cara ". Esquecera de perguntar o nome. Apenas sabia qual o escaparate.
- Ah isso!...estamos sempre a mudar os escaparates. Dizia a última a quem pedira ajuda de frasquinho na mão.
- Precisa de ajuda? perguntou-me aquela menina bonita e de olhar doce, que dá pelo nome de Maria e que eu tanto procurava encontrar.
- Oh que bom. É mesmo você, a Maria, que eu queria.
Olhou-me como se eu fosse perturbada, franzindo a testa, sem desfazer o sorriso.
Expliquei como eu faço. Tim-tim por tim-tim, com os pormenores todos. E ela percebeu tudinho com a clareza que faltou a cada uma das outras empregadas da perfumaria, quando as abordei em dias diferentes há vários meses.
Eu sabia que ela saberia. Aconselhou-mo depois de lhe ter dado os meus gostos nessa matéria, com nomes de marcas. E dissera-me na altura que aquele, o tão desejado, o tão falado, estaria entre um e outro, dos que eu usava e que era de facto o adequado.
Cheira maravilhosamente. Assenta-me que nem uma luva e a Maria tem olho clínico para a coisa.
Sorri vitoriosa quando a vi encaminhar-se para o escaparate de sempre, depois de me ter dito que sabia qual era.
Pediu-me as costas da mão esquerda e pulverizou. E eu fiquei em êxtase.
Na batatinha, Ganda Maria!
Finalmente. Quem espera, pode desesperar mas também alcança se tiver paciência. É uma questão de tempo e paciência. Como tudo na vida.
Encontrado o perfume, não olhei para trás. Será o meu perfume, a intervalos com outros igualmente bons que sei que vou receber. Para Angola seguirá este. Um perfume com uma história feliz e sem passado nem lembranças. Criança como eu, quando entro no avião e ele abandona Lisboa a caminho de casa, para o ventre materno.
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