Ouvi: Clara, Clara.
Assustei-me. Não sei o que se passa mas tenho um sono que parece fui mordida pela mosca.
Olhei e era a kanuca.
-Clara, está a chover.
E eu fui à varanda a correr. Eu queria muito ver chover. Sentir a chuva nas minhas mãos.
Dançar na chuva com a minha alma sedenta.
Molhar os meus cabelos com a água abençoada feita pingos grossos. Ver chover na minha terra e sentir-lhe o cheiro da terra molhada.
Olhei a cidade em todo o seu esplendor. Os prédios que vejo daqui iluminados, parecem mais brilhantes de lavados. A poeira vai assentar e amanhã quando for dia tudo estará mais limpo.
Gosto de ver a minha terra recebendo a água sagrada que cai dos céus. Gosto de pensar que é um privilégio poder assistir a tudo o que aqui acontece. Uma dádiva.
Eu amo esta terra de paixão, que até doi. E queria ver chover. E já está a chover...
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