Durante uma semana fiz uma dieta rigorosa. Não fiquei quezilenta, histérica, triste ou carente.Moveu-me um desejo forte de me sentir:
1º- Mais magra. Ou melhor, menos insuflada.
2º- Mais ágil. Ou melhor, menos pé de chumbo.
3º- Mais saudável. Ou melhor, menos hipocondríaca.
4º- Mais tcharam. Ou melhor, menos nem carne nem peixe.
E por aí adiante, que honestamente não me faltariam motivos e incentivos para emagrecer.
Eu sei que os gordos são mais divertidos, mas eu gosto mais de me divertir do que divertir.
Também sei que dão nas vistas, devido ao espaço que ocupam. Mas eu gosto mais de dar nas vistas por outras razões.
E sei ainda que os gordos podem comer de tudo. Apesar de eu ter uma boca santa e portanto não ser biqueira, gosto mais de outras coisas que não são compatíveis com gordura, como por exemplo, pensavam o quê? De andar, correr, saltar, dançar, olhar para mim e gostar. Coisa que já gostei mais, a bem da verdade.
Mas...ao fim desta semana que correu de uma forma tranquila e sem babar por um chocolate, uma coca-cola, uma empada de galinha, um pãozinho com manteiga, uma fatia de queijo ou mesmo uma sopa de feijão, um bife, ou uns jaquinzinhos com arroz de tomate, estou que nem posso.
Não passei fome. Nem tão pouco pensei por um segundo desistir. E nem com aquelas vozes malignas tentando-me, a minha gula deu sinal de vida.
Hibernando sem hora para acordar permitiu assim que um certo volume fosse diminuindo, que até eu, céptica, acreditei que não era o espelho a passar-me a mão pelo pêlo, traiçoeiro.
Fiz dieta mas não me pesei. Nem usei a fita métrica à volta dos meus volumes. Não tinha que provar nada a criatura alguma. Nem a qualquer nutricionista.
A roupa estava lá de lado. À espera de melhores dias. E eles chegaram. Ainda à pouco organizando os trapinhos de verão que tenho de pôr na mala para levar para o verão da minha terra, experimentei três corsários que não vesti este verão porque parecia uma lontra dentro deles e...eis senão quando, até os olhos me sorriram ao espelho. Na muche!
E para acabar com o resto, as crias disseram-me uma coisa que me deixou a babar, embora não concorde muito com isso.
Que estou bem assim e não preciso de emagrecer mais.
Eu acho que são olhos benevolentes que gostam desta mãe, assim, menos espaçosa e roliça.É que estou a milhas de ser uma top-model. Bem que gostava, mas isso, já lá vai se é que algum dia foi.
Portanto, dei-me bem nesta semana e quando dei por finda a dieta a que me propus tive pena de terminar com o bem-estar em que andei se calhar porque pouco mais que beberiquei que até o meu fígado ou vesícula ou ambos se esqueceram de mim e não escoucinharam nem uma vez. Porém, continuo bebendo os meus batidos, comendo maçãs verdes e ananás, queijo fresco, sopas e saladas e mais não digo pois se alguém quiser fazer o que eu fiz que me pergunte por contas que eu lhe conto um conto. Como me conheço, vamos a ver até quando caminharei devagar e a passo certo. Arrisco um palpite.
Quer dizer, uma intuição muito muito forte de que não direi não a:
Quitaba, paracuca, doce de côco, quitetas, coca-cola nacional, cocopina, caipirinhas, castanha de cajú, cocada, mangas, maçãs da índia, sape-sape, maboques, mufete, moamba, canjica, banana assada, marisco, mandioca, mousse de maracujá, escondidinho, cachupa...
Afinal, vou deitar tudo a perder daqui a uma semana? Não. Sei por experiência própria que o meu pequeno almoço em Luanda é sempre um batido dos meus, que levo na bagagem. Depois venha o diabo e escolha o que posso comer, mas nunca pançadas de comida. Vou provando de tudo, aqui e acolá.
Há muita casa para visitar e não tenho feitio para me negar mas este ano vou segurar-me, palavra de maria clara das dores. Depois vos direi.
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