Há dias e dias que não olho para mim. Assim, num raio X, pouco falível. Há outros em que me entretenho nessa análise. Sem críticas. Apenas para me perceber. Para tornar mais fácil o convívio são,comigo. Sem culpas ou prefeccionismos.
Gostava de ter um psicólogo, daqueles muito bons, não dos que existem às mãos cheias, que são como nós, intuitivos apenas, com tempo para mim, que me ajudasse a uma análise da minha personalidade.
Porque será que sou feliz que nem uma criança quando entro num carro e me vejo a caminho de qualquer coisa?
Porque será que gosto de estradas? Quaisquer...
Quando passo pelos campos a perder de vista e os pastos onde se agrupam ovelhas na presença de um pastor?
Quando surge no monte, uma casinha branca com uma barra azul, isolada e distante?
Quando uma cegonha me faz olhar interessada para o seu ninho no alto de uma chaminé?!
Da chuva que cai e das nuvens negras correndo velozes direitas ao mar?
Do rio transbordando nas margens?
Das paragens para o café e xixi nos locais já antes visitados?
Porque será que gosto de pontes? Todas...
Existem dias da minha existência que são uma benção. Dão-me a tranquilidade e o conforto de me saber simples. No desfrute de repetir momentos felizes que construo e vou buscar às memórias de tempos em que também era simples e feliz.
Quando assim é, tudo está no seu lugar e sinto que o Universo não me esqueceu.
Ontem senti-me assim.
Mas ainda assim, um psicólogo sábio ajudaria ao puzlle, juntando todos os lacinhos que faço nos dias felizes que vivo. E como as pontes, unir-me-ia ao mundo no melhor de mim, ordenada e tecnicamente, para reserva nos dias menos bons.
A vida está aí para a escolhermos.
Cada vez escolho mais estar feliz.
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