domingo, 15 de maio de 2011

pitanguisses/clarisses

D. Pitanga e eu. Acabadinha de chegar de Lisboa. Depois de um fim de semana a tentar esquecer um sonho/pesadelo com a gata eleita do meu coração. Andei enjoada todo o santo domingo só de pensar. Nem digo para que não se sintam como eu. Juro que tentei afastar o pensamento mas não fui capaz. Sábado almocei mas depois passei a água das pedras. Acordei hoje, parecia eu que estava grávida e isso já sabemos que não, agora tarde piaste que a loja fechou e só em sonhos, como este. Pronto. Não vou guardar só para mim. Eu nem gosto de segredos. E assim como assim, tudo está bem quando acaba bem. Sonhei com um churrasco. Eu e a comida, a comida e eu temos demasiada intimidade. É uma coisa a dar para o promíscuo. Mas não sei por que raio o churrasco era...digo? Não digo? Mais uma vez juro, eu que não gosto de juras, que isto é verdade. Digo. O churrasco era a ...Pitanga. Pópilas, homessa! Cruzes canhoto, chapéu de coco. Eu acho que de tanto ouvir o kamba dizer que um dia a minha Pitanguinha vai virar pincho, acabei por acelerar o processo. Tá bem, eu sei que os chineses ( alguns, não conheço nenhum, mas há quem jure que sim ) lá em Luanda, fazem desaparecer os cães e gatos num ápice, mas daí ao meu subconsciente transformar um ser maravilhoso, lindo, amoroso, tão amigo, como podem ver na fotografia, que eu não invento nada, em churrasco... Algo se passa comigo, esta outra, que solta os cachorros quando dorme, anda demoníaca, preversa, eu sei lá mais o quê...
Depois de passar a área de serviço de Aveiras, dei em ficar ansiosa, roí unhas, dedos, e até dei comigo com um tique antigo, acho que o único que tenho. Só quando estou para lá de nervosa ele surge, embirrante. Faço deslizar uma unha sobre outra pela parte de dentro. Eu sei que faz impressão, pois faz. Até a mim faz, por isso vale a pena andar tranquila. Hoje foi uma movida, unhas, dedos e coração apertadinho. E se isto for um sinal? E se lá chego e a Pitanga não está à porta à minha espera? E se está esticadinha? E...bem, parecia dia de resultado de exame que o médico vai anunciar e mil e uma doenças das quais conheço a gravidade estão praticamente instaladas, que até já lhes sinto os sintomas.

Mas quando ia no 2º andar, ouvi miar. Oh p´ra ela tão vivinha da silva. Quer dizer, dos Santos. Sim porque Dos Santos não é só o sr. presidente da nguimbi, nem eu própria. E pronto. Acabou-se o pesadelo. A Pitanga está bem. Comeu o seu pescado com espinafres, que veio directamente de Lisboa, brincou comigo que se fartou. Fez pose, género, e acabou enrolada aos meus pés, dormindo. E eu fiquei tão aliviadinha...

1 comentário:

Anónimo disse...

Que sufoco, minha amiga!
A.L.