segunda-feira, 9 de agosto de 2010

linha dourada


Num domingo chuvoso, há pouco que fazer. Mesmo se estou em frente ao mar e quero olhar os confins da linha que os meus olhos, debaixo dos óculos progressivos, vêem dourada, vai-se lá saber porquê.
Há uma neblina que torna tudo mais ou menos cinzento, a fazer lembrar o cacimbo.
Sim. E essa limitação diz-me que não é o melhor dia para atravessar o tempo.
O ar está carregado e nem sempre sopram bons ventos. Sento-me no banco de pedra que acaba na perpendicular com outro. Ou é o mesmo e não percebi?
Decididamente, hoje vou só poisar os meus olhos na água transparente e fresca e descansar as vistas, que bem preciso. Amanhã, é outro dia.
Se te chamasse, hoje, não virias, porque não te viraste para cá. Ou viraste e não percebi? Este nevoeiro não deixa ver o que queremos, com olhos de ver...só sombras. Se o sol brilhar amanhã, eu sonho. Ai garanto que sonho e mesmo em sonhos tu vais acenar-me.

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