segunda-feira, 9 de agosto de 2010

2º pequeno almoço


" Quem com ferros mata, com ferros morre ". Diz o ditado. Há quem não ache a menor piada aos ditados. Coisa antiga, uma piroseira, que nem sempre corresponde à verdade.
Ai corresponde, corresponde! Eu que o diga. Para mal dos meus pecados, por vezes dou mesmo com os burros na água.
Ontem observei o ambiente ao meu redor. Hoje, fui observada pelos vizinhos do lado, da frente e provavelmente os das costas. Tomaram-me conta do pequeno almoço, com uma pinta dos diabos e eu a vê-los passar.
Já disse que adoro os pequenos almoços nos hotéis? E isto faz-me lembrar, um colega de trabalho que adora bitoques. Eu sei desse seu prazer maior num bitoque e tenho dificuldade em perceber como um homem de 50 anos se entusiasma tanto que quase baba perante a idéia de um bitoque. Mas eu estou na mesma. O pequeno almoço num hotel é divino. E eu que já passei os 50 ainda babo perante as coisas boas com que eles num piscar de olhos nos tentam. Eu nunca me faço de rogada. Visualizo fruta e iogurte. Mas de boas intenções está o inferno cheio, e confesso que por muita vontade que tenha de fazer força, a força de vontade para a dieta não existe.
Cheguei à sala e procurei uma mesa para duas pessoas. Não havia. Escolhi uma virada para o exterior. Quando acabei a fruta e o sumo, levantei-me para pecar. Voltando ao lugar tinham levado tudo. Fiquei à toa. E pensei que a minha existência não é de todo tranquila. Tanta alminha comendo descansada e a empregada a marrar comigo. Fui saber das minhas chaves. Desfizeram-se em desculpas quando disse que não abandonara a mesa, nem sequer tinha os talheres colocados de forma a que pensassem assim. A vizinhança olhava-me dos pés à cabeça.
Acabei a refeição e dirigi-me ao elevador. O observador de ontem apareceu ao meu lado. Também ia para o 3º andar. Educado, deu-me a passagem à saída. Quando cheguei à minha porta, da do lado,saiu uma mulher vestida de branco muito bonita e ainda jovem que sorriu na minha direcção, mas não para mim. Para o meu observador.
A resposta do porquê de estar sozinho a tomar a refeição da manhã eis que se me apresenta. A senhora gosta de ficar no quarto até mais tarde.
Eis o meu pequeno almoço de hoje, com alguns contratempos, como o de não ter guardanapos, coisa que me aflige muito, nem faca, não gosto muito de comer com as mãos ou de ter ficado sem as chaves por uns momentos e ainda ter sido forçada a levantar-me mais do que o previsto, mas pronto, uma animaçãozita não faz mal a ninguém e eu estou de férias.

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