A semana está no seu final. Sobrevivi. Sobrevivo sempre.
Mais do que isso. Vivo.
O tempo é galopante e assusta quem dele depende.
A mim já quase, não. Quero viver só o segundo, o minuto presente. De vez em quando tenho recaídas e faço planos, mais que um dia, um mês, meses. Nunca chego ao ano. São muitos dias somados para fazer contas de cabeça e a matemática nunca foi o meu forte.
Sou mais das letras. Da palavra e da voz.
Ontem jantei com a caçula. Para falarmos. Ambas cansadas e desgastadas. Eu, sem motivo aparente. Ela, com os motivos todos. Mas foi bom. É sempre. Soube das novidades do Paulo, que me deixam muito feliz. À saída o sr. Vítor mais uma vez me gabou o perfume. E me perguntou se queria levar o Alfredo para Luanda. Conversa mole, esta. Mas, conversa. Comunicação. Palavras. Que caiem bem.
O que me caiu para lá de bem, foi uma caixa de tigeladas que a caçula me ofereceu. Deram-lhas a ela e ela passou-as a mim. Porque será? Uns bolos feitos de ovos, e fritos,com a consistência das omeletas, redondos e que são a especialidade da cidade de Abrantes, que fica a poucos quilómetros de Torres Novas. Levei-as para casa. E não lhes toquei.
Ao longo da semana foram fazendo-me ofertas no campo da culinária. Um queijo fresco de cabra, acabado de fazer depois da ordenha do leite à própria da cabrinha. E figos brancos, pingo de mel, tudo do quintal da D. Laurinda.
Quiabos enormes nascidos e criados na quintarola do mano Zé, que vão para o tacho este fim de semana, um frasco de doce de tomate da horta, feito pela Lurdes ( minha cunhada ) . As terras do Ribatejo são boas e dão quiabos que até dá gosto vê-los quanto mais comê-los. E tomate. E por aí a diante.
Comprei " bolos de cabeça " para levar às crias. São bolos típicos e massudos que parecem duas cabeças juntas. E se oferecem aquando dos casamentos, às pessoas convidadas e não só, nas aldeias. Têm sabor a canela e limão. Gosto deles torrados à fatia e com manteiga ou queijo creme ( não é nada assim que se comem, mas eu só desta forma é que gosto ).
De forma que hoje vou para Lisboa de cesto à cabeça,( não é, mas quase ) parecendo uma provinciana que vai à cidade com os produtos da santa terrinha.
Porque não?
Ah, ainda recebi uma prenda de aniversário muito afectuosa. Um álbum de fotografias. Com fotos de pessoas que me dizem muito. E com momentos meus, das crias e nossos, que captaram. Coisa linda e amorosa e que me faz agradecer muito o cuidado posto neste presente que se quer eterno.
Há, no álbum de papel reciclado e colorido, pardo e amarelos, às bolas, uma pessoa que já não está entre nós, mas está e estará sempre. Há os aniversários dos meus filhos. A minha caçula e o seu Paulo. O mano Zé e a Lurdes. A passagem de ano de 2009/2010, o 1º dia de 2010. O Carnaval e eu e mais alguns, com uma cabeleira à Jimmy, divertida e ridícula. Há os pequeninos. Rafael e Teresinha. Ele a tomar o primeiro banho e as minhas mãos agarrando-o. Há os restantes elementos da família e alargada a outros elementos em noites de verão, no alpendre do " Bom Amor ".
Há muito empenho. Muita amizade. Muito cuidado. Como sempre.
Esta semana foi um tempo muito positivo. Recebi. Muito. Como que a dizerem-me que vão-se uns tempos e vivem-se outros. E o que interessa é que se Viva. E eu vivi.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
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