Quando recordo a menina que sonhadora, olhava as mulheres sozinhas transbordando segurança, beleza e independência, só me ocorre sorrir. Se hoje encontrasse essa menina, pena que desaparece a espaços longos e só quando se perde em sonhos possíveis e impossíveis, a acho, dir-lhe-ia que é uma pena abandonar os desejos, as crenças e a alma.
Quando se perde o crédito, perdemo-nos de nós. E acharmo-nos é quase como agulha no palheiro.
Não lhe posso dizer que ainda está em tempo. Nem eu que sou crescida o sei.
Tenho fé que na ingenuidade transparente e honesta que existe nas almas das meninas, lhe seja possível resgatar tudo a que tem direito.
Há muitas meninas nas noites de fantasia e encantamento. Meninas dando as mãos com medo do bicho papão. Do homem do saco. Do manipulador.
Cada um de nós sonha como sabe ou pode ou quer ou lhe permitem que sonhe.Os sonhos quase sempre são do tamanho da nossa alma e esta cresce...
Eu se recordo a menina, sinto que ela ainda pode sonhar príncipes encantados. Sou atormentada por vozes demoníacas dizendo-me que não iluda a menina. Tapo os ouvidos, não escuto fantasmas. E nos meus sonhos de adulta, acho-a. E tento que não acorde dos sonhos, que cá fora, no mundo para valer, há mais sapos que príncipes e se se mantiver Bela e Adormecida, quem sabe o Príncipe lhe dará um beijo assim de um tamanho sem tamanho e sem cronómetro que a mantenha mais do que acordada, adormecida, como que numa semi-consciência química e possa acreditar que a vida é bela e o mundo é feito de Belas Adormecidas e Príncipes Encantados. E o bicho papão, ou a bruxa má envelheceram e perderam o poder de fazerem mal. Tento que nunca deixe de ser menina e que ao olhar o dobrar da esquina se sinta na estória perfeita e numa vida de sonho, feliz para sempre...
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
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