- Desculpe...
Olhei. Um homem acabado de sair do autocarro em que também eu viajei à minha frente a olhar para mim.
- Faça favor...
- O que é que a senhora faz?
- O que é que eu faço, como?
- O seu trabalho...
- Porquê?
Quando não conheço, ou quero ganhar tempo para perceber, em vez de responder, encano a perna à rã com a sacramental pergunta que não quer dizer nada, porquê?
- Desculpe mas não me apresentei. Sou o Ernesto e viajei desde a Pampilhosa da Serra até Lisboa. E reparei que entrou em Torres Novas. Fui lá professor...de filosofia, ( sorrindo nostálgico ) e observei-a. Vinha do lado oposto ao seu. Um pouco mais atrás. Por acaso não é professora?
- Não, não sou.
- Faz esta viagem com frequência?
(Querem lá ver a criatura que se está a esticar...penso eu para com os meus botões ali bem no meio do terminal de Sete Rios )
- Sim. Semanalmente.
- E não se aborrece, pelo que observei. Trouxe o computador. Um livro...
E porque o telemóvel tocou disse para fim de conversa, e os fones, e um caderno, e uma máquina fotográfica, o suficiente para me distrair...e desculpe que tenho que atender o telemóvel...
- Foi um prazer mas ainda não me disse o que é que faz...
- Sou oficial de justiça.
- Olhe que não parece, não parece não senhor.
- Bom dia, respondi e atendi o telefone.
Estou aqui em Sete Rios, disse já para quem me ligara. A criatura entretanto, acenara-me com a mão, curvava a cabeça num cumprimento mudo, e iniciara o caminho para a estação de comboios e metros.
Deixei-me estar a falar e em seguida fui levantar dinheiro. Sem que antes interrogasse os meus botões, pois que afinal, tenho cara de fazer o quê?! já que não pareço oficial de justiça.
Estava com cara de tacho era o que era, perante aquela estranha abordagem, mas não fiquei por aqui, porque há manhãs que nos contemplam com o insólito.
Olhei. Um homem acabado de sair do autocarro em que também eu viajei à minha frente a olhar para mim.
- Faça favor...
- O que é que a senhora faz?
- O que é que eu faço, como?
- O seu trabalho...
- Porquê?
Quando não conheço, ou quero ganhar tempo para perceber, em vez de responder, encano a perna à rã com a sacramental pergunta que não quer dizer nada, porquê?
- Desculpe mas não me apresentei. Sou o Ernesto e viajei desde a Pampilhosa da Serra até Lisboa. E reparei que entrou em Torres Novas. Fui lá professor...de filosofia, ( sorrindo nostálgico ) e observei-a. Vinha do lado oposto ao seu. Um pouco mais atrás. Por acaso não é professora?
- Não, não sou.
- Faz esta viagem com frequência?
(Querem lá ver a criatura que se está a esticar...penso eu para com os meus botões ali bem no meio do terminal de Sete Rios )
- Sim. Semanalmente.
- E não se aborrece, pelo que observei. Trouxe o computador. Um livro...
E porque o telemóvel tocou disse para fim de conversa, e os fones, e um caderno, e uma máquina fotográfica, o suficiente para me distrair...e desculpe que tenho que atender o telemóvel...
- Foi um prazer mas ainda não me disse o que é que faz...
- Sou oficial de justiça.
- Olhe que não parece, não parece não senhor.
- Bom dia, respondi e atendi o telefone.
Estou aqui em Sete Rios, disse já para quem me ligara. A criatura entretanto, acenara-me com a mão, curvava a cabeça num cumprimento mudo, e iniciara o caminho para a estação de comboios e metros.
Deixei-me estar a falar e em seguida fui levantar dinheiro. Sem que antes interrogasse os meus botões, pois que afinal, tenho cara de fazer o quê?! já que não pareço oficial de justiça.
Estava com cara de tacho era o que era, perante aquela estranha abordagem, mas não fiquei por aqui, porque há manhãs que nos contemplam com o insólito.
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