quinta-feira, 23 de junho de 2011

re(gelando )




Na hora que o tempo fica em silêncio assistindo à mudança. A hora do ajuste de contas dos elementos. A hora em que me questiono. Se estar a sul é estar certa ou é só uma questão de distância e de clima. E afinal é como estar em qualquer ponto estratégico de espera, de observação e de espaço dentro de mim para sonhar um sol mais quente, um mar mais quente, um abraço mais quente. Um beijo mais quente. Um verdadeiro escaldão que eu não tenho muito juízo. Um termómetro para medir a temperatura e se tiver febre, tratar-me. Hospitais não, que não gosto. Só tenho uma relação quase tu cá tu lá, por força das circunstâncias, ao longo da vida e infelismente, com o santa maria, e esse está a muitos quilómetros. O presente é hoje, mais do que o futuro, apesar de almas românticas e poetas acharem que o futuro pode ser hoje ( não me parece ). E sendo assim, neste presente nada mais tenho a declarar. O algarve está como sempre. Albufeira também, desde a última vez, que foi em Abril do ano passado. Está um vento muito sacana. A água, um gelo. Acho que se uniram todos para me tramar, mas se querem saber, nem me importo. Nada já me incomoda tanto como a ignorância e a esperteza saloia e isso há por todo o lado. A gente dobra a esquina e esbarra em chicos espertos, mas isso são outros quinhentos. Sei que não estão a perceber nada, mas não se ralem. O algarve deve criar uma dupla personalidade em mim e eu fico disléxica. Juro que não estou a falar convosco. Mas para vocês. O que parece a mesma coisa, mas não é. Bem, Deus queira que tenham mais sorte que eu, com a água, se estiverem a banhos.

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