Cheguei à porta de entrada. Fechada como sempre. E como sempre, travei um conflito duro com a minha carteira. À procura das chaves. Abriu-se a porta de repente e um puto com os olhos mais lindos do bairro e arredores, perguntou-me: Quer entrar? - sim, respondi. Um cheiro forte, muito forte, a perfume, invadiu a entrada e as minhas narinas. Reconheci o aroma. Quer dizer, o estimulante da líbido, dizem as más línguas.
Parece um disparate não é? Ouvi dizer e até li sobre o assunto. Estamos a falar de Jean Paul Gaultier para homem, pois que a Pipoca já me ofereceu um dos femininos e não dei por nada, nem me perturbei nem deixei ninguém perturbado. Mas maior disparate que este, e que me fez sorrir de falta de surpresa, porque eu já pouco me surpreendo, infelismente, mas com alguma estranheza, foi o puto meu vizinho ter tomado um banho nesse perfume de adulto e sair à rua como se estivesse a usar uma colónia infantil- O miúdo não tem mais de 8 anos. Ele é giro. O cabelo cheio de gel e uns olhos verdes maravilhosos. Muito moreno que eu até pensava que era cigano, mas me disseram que a mãe é de origem angolana. E é meu vizinho do mesmo andar, porta com porta. Quando chego e a D. Pitanga me vem cumprimentar esticando as patinhas para o tapete, ele vem ter com a gata, se está por ali. Outras vezes cruzamo-nos quando vai passear o cãozinho que têm. A mãe tem um café logo ali ao dobrar a esquina e seguramente o miúdo ia para lá. Subi as escadas que empestavam a perfume e qual não é o meu espanto quando a irmã vem a descer as escadas toda cheirosa e sorridente. Sorriu-me bem disposta. Olá vizinha! diz-me. Devolvi o cumprimento. Ainda agora estou com o perfume nas narinas. E confesso que enquanto subia as escadas não pude deixar de dizer de mim para mim: sacanas dos putos! Mas afinal, são muito pequenos para estarem entregues a eles próprios, daí as asneiras. Mais uma vez me lembrei das crias que com a idade destes meninos também ficavam em casa, nas férias, sozinhos, e por isso houve um dia que ligaram aflitos, porque um deles se tinha cortado com um xizato. E tantas outras asneiras, tantas, ao longo dos anos... mas se me tivessem alguma vez despejado um frasco de perfume eu viraria bicho certamente. Ainda bem que não sou a mãe destas duas criaturinhas.
Parece um disparate não é? Ouvi dizer e até li sobre o assunto. Estamos a falar de Jean Paul Gaultier para homem, pois que a Pipoca já me ofereceu um dos femininos e não dei por nada, nem me perturbei nem deixei ninguém perturbado. Mas maior disparate que este, e que me fez sorrir de falta de surpresa, porque eu já pouco me surpreendo, infelismente, mas com alguma estranheza, foi o puto meu vizinho ter tomado um banho nesse perfume de adulto e sair à rua como se estivesse a usar uma colónia infantil- O miúdo não tem mais de 8 anos. Ele é giro. O cabelo cheio de gel e uns olhos verdes maravilhosos. Muito moreno que eu até pensava que era cigano, mas me disseram que a mãe é de origem angolana. E é meu vizinho do mesmo andar, porta com porta. Quando chego e a D. Pitanga me vem cumprimentar esticando as patinhas para o tapete, ele vem ter com a gata, se está por ali. Outras vezes cruzamo-nos quando vai passear o cãozinho que têm. A mãe tem um café logo ali ao dobrar a esquina e seguramente o miúdo ia para lá. Subi as escadas que empestavam a perfume e qual não é o meu espanto quando a irmã vem a descer as escadas toda cheirosa e sorridente. Sorriu-me bem disposta. Olá vizinha! diz-me. Devolvi o cumprimento. Ainda agora estou com o perfume nas narinas. E confesso que enquanto subia as escadas não pude deixar de dizer de mim para mim: sacanas dos putos! Mas afinal, são muito pequenos para estarem entregues a eles próprios, daí as asneiras. Mais uma vez me lembrei das crias que com a idade destes meninos também ficavam em casa, nas férias, sozinhos, e por isso houve um dia que ligaram aflitos, porque um deles se tinha cortado com um xizato. E tantas outras asneiras, tantas, ao longo dos anos... mas se me tivessem alguma vez despejado um frasco de perfume eu viraria bicho certamente. Ainda bem que não sou a mãe destas duas criaturinhas.
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