dia especial

Cheguei a casa. Depois de um dia diferente. Vinha de viagem como sempre. Mais que sempre, para ser mais justa com o dia, com o universo e com a minha filha. A canção que ouvia fez-me voltar a uma viagem especial. De volta a Luanda ao fim de 33 anos. Coldplay, D'ont Panic. Foi uma viagem feliz. Muito. Toda. A maior felicidade que algum dia tinha sentido. Desses momentos que duraram muitas horas a prolongarem-se em dias e que passaram a anos, desde então, porque tudo mudou, depois disso, ficou-me a lucidez para claramente ver do que é feito o meu tempo e a partir de então, tocar pequenos céus com a ponta dos dedos. Hoje, o pequeno céu esteve tão perto, que me pûs na ponta dos pés e toquei-o com a ponta dos dedos, destas mãos, que uno para num gesto de agradecimento, mais do que perceber, questionar, sentir e deixar correr, me sentir grata para com a vida. Que dia bom este! Entre a minha mãe e a minha filha, permaneceram para além de mim, lugares ausentes mas nunca vazios. Há palavras que valem tudo, mesmo se a presença não se faz. E provocam sorrisos que nos dão a paz e a tranquilidade que o coração de mãe precisa. E há gestos. Disponibilidades. Tempo e presentes. Sorrisos e confidências. Viagens ao passado. Às raízes de mim. Caminhos comuns. Lado a lado. Há memórias. Lembranças gratas. Há até a sensação que me pegam ao colo. Sim. Hoje foi um dia bom. Com ausências que não se fizeram, pela presença das memórias e dos gestos. Olho de frente a minha vida. Alguém hoje me deixou uma mensagem, comentando uma publicação minha, dizendo que eu era abençoada. Sou sim. E hoje dia da Mãe fui abençoada mais uma vez. Senti-te mais que sempre, minha mãe. Senti-vos mais que sempre, meus filhos. Tudo está nos seus lugares. Como é preciso; nos lugares da paz e da lucidez espiritual que me leva o mais perto que consigo, da certeza de que a felicidade está dentro de nós. E dentro de quem nos faz feliz...