sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

as rosas cor de chá

Este simples ramo de flores custou 500 kuanzas. Ali mesmo à porta do cemitério. Debaixo de toldos verdes, de praia ou de jardim, quadrados e fáceis de montar. São muitas as vendedeiras. E assim que o carro passa elas quase se instalam à janela chamando e oferecendo o produto da venda. Sempre miúdas ou mulheres já feitas. Caso para perguntar, onde estão os miúdos. Eu acho que roçando o rabo pelas paredes. Quando não estudam nem são zungueiros vendendo toalhas, óculos, balanças de casa de banho, pilhas e um sem número de artigos e oferecendo a quem passa. Na verdade, há muitas mais mulheres que homens no negócio. Na verdade, pelo que sei, hoje e sempre, as mulheres trabalham mais do que os homens.
As rosas cor de chá, que não foram colhidas do quintal do avô e da avó, que eles cuidavam, brancas, vermelhas, cor de rosa e cor de chá, foram simbolizar a presença da família ali. Eu, sua chará. Que me acostumei desde menina, levada pela mão do avô Carvalho, a ir à água, um talhão adiante, de regador cinzento, cor de lata para regar os vasos que ficavam à volta da campa, nuns cactos sem picos, bonitos, fingindo de rosinhas com pétalas e tudo. Como é que eu ia esquecer as rosas?

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