Se Luanda fosse um dia da semana era concerteza um sábado.
Hoje. E se eu tivesse voz e poder nas palavras, mandava suspender o calendário. Por uns tempos. Quem sabe para sempre.
E queria sentir de novo os sábados da minha infância de cor e cheiros; da adolescência, de música, amigos, descoberta, poemas e encantamentos; da mulher, o amor, a paixão, o mar e a lua, o sol se pondo e as desilusões, o crescimento...
E queria permanecer. No lugar onde me senti, me vivi e me sonhei para sempre.
Hoje. E se eu tivesse voz e poder nas palavras, mandava suspender o calendário. Por uns tempos. Quem sabe para sempre.
E queria sentir de novo os sábados da minha infância de cor e cheiros; da adolescência, de música, amigos, descoberta, poemas e encantamentos; da mulher, o amor, a paixão, o mar e a lua, o sol se pondo e as desilusões, o crescimento...
E queria permanecer. No lugar onde me senti, me vivi e me sonhei para sempre.
Ser sábado, estar neste dia.
Nestas ruas de terra batida. Assim...
Luanda tem esta paisagem e é aqui que eu me vejo e é aqui que esta terra faz sentido. Nasce, vive e morre todos os dias e todos os dias se ressuscita na nova forma, mas recupera o seu rosto noutra rua qualquer da cidade onde vai buscar o chão, o sotaque, a alegria, o trabalho, o ócio, a cor.
Hoje é sábado. Luanda...
E eu não troquei ainda as palavras que trouxe e falei livremente, nas ruas, na gente que respira sábados como se fosse kizomba, semba, do cambuá, ou apenas berrida atrás de ladrões de mangas, pregão de quitandeira, ou voz de consciência de kota amiga.
Não quero passar ainda ginguba a amendoim, aka a bolas, maximbombo a autocarro, besugo a parolo, matabicho a pequeno almoço, tuge a merda, kuata a morde, bué a muito, kota a velho, nguimbi a terra, kamba a amigo, candengue a cachopo, N'ganazambi a Deus, muxima a coração, kinama a perna, saquidila a obrigado, aiuê a ai, óbito a funeral, verão a inverno, África a Europa, Luanda a Lisboa, família a solidão, casa cheia a casa vazia, alegria a tristeza, bulício a marasmo, imbondeiro a castanheiro, coqueiro a oliveira, terra vermelha a asfalto, maboque a maçã, 35 graus a 10 graus...
Eu a uma imitação grosseira de mim.
Não quero passar ainda ao sonho posto num horizonte longínquo e incerto e falado nas palavras mal pronunciadas dum dicionário pouco folheado.
Ainda quero agarrar o passado recente e calcorreaer qual kitandeira ou zungueira feliz este chão genuíno da nguimbi, ainda...
Luanda tem esta paisagem e é aqui que eu me vejo e é aqui que esta terra faz sentido. Nasce, vive e morre todos os dias e todos os dias se ressuscita na nova forma, mas recupera o seu rosto noutra rua qualquer da cidade onde vai buscar o chão, o sotaque, a alegria, o trabalho, o ócio, a cor.
Hoje é sábado. Luanda...
E eu não troquei ainda as palavras que trouxe e falei livremente, nas ruas, na gente que respira sábados como se fosse kizomba, semba, do cambuá, ou apenas berrida atrás de ladrões de mangas, pregão de quitandeira, ou voz de consciência de kota amiga.
Não quero passar ainda ginguba a amendoim, aka a bolas, maximbombo a autocarro, besugo a parolo, matabicho a pequeno almoço, tuge a merda, kuata a morde, bué a muito, kota a velho, nguimbi a terra, kamba a amigo, candengue a cachopo, N'ganazambi a Deus, muxima a coração, kinama a perna, saquidila a obrigado, aiuê a ai, óbito a funeral, verão a inverno, África a Europa, Luanda a Lisboa, família a solidão, casa cheia a casa vazia, alegria a tristeza, bulício a marasmo, imbondeiro a castanheiro, coqueiro a oliveira, terra vermelha a asfalto, maboque a maçã, 35 graus a 10 graus...
Eu a uma imitação grosseira de mim.
Não quero passar ainda ao sonho posto num horizonte longínquo e incerto e falado nas palavras mal pronunciadas dum dicionário pouco folheado.
Ainda quero agarrar o passado recente e calcorreaer qual kitandeira ou zungueira feliz este chão genuíno da nguimbi, ainda...
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