E lembrei-me do frei João Agostinho da Igreja do Carmo, que nunca abandonou a sua igreja mas que foi morrer a Portugal, há pouco tempo atrás. Ainda o ano passado no dia da missa do ano do falecimento da mãe Eduarda, ele lá estava celebrando a missa.
E lembrei-me do pai e da mãe. E do avô Carvalho. E de outros...apesar dos pesares, não é Angola que tem a sepultura da maior parte dos que me amaram, mas lembrei-me de todos enquanto tentava chegar ao lugar onde descansa a avó. O portão nunca mais se tornava visível e eu que sou pessimista e precipitada desenvolvi aquela ansiedade medrosa, da possiblidade dela já não estar ali. Mas não foi preciso que os miúdos que estão ali sempre, me indicassem a campa. Eles bem tentaram que eu lhes pedisse para limparem. Não foi preciso. A chuva limpou. Não desarmaram enquanto não lhes disse que não era necessário, reforçada pelo sr. Tiago que me acompanhou até lá, guardando uma certa distância física entre mim, ele e a campa.
Esta é uma das ruas de saída. Acompanha o muro principal do cemitério, paralelamente.
É doloroso dar costas à campa da nossa avó que nem conhecemos mas conhecemos o caminho que nos leva a ela, desde que nascemos.
Não me incomodam cemitérios. Andar neles. Nunca tive medo ou desconforto, eu que fui sempre medrosa. Devo isso a esta mulher que foi mãe da minha mãe e que um dia disse ao meu pai que ele seria seu genro.
Duas borboletas grandes, brancas, com manchas negras esvoaçaram perto de mim e da campa, insistentemente, apenas desaparecendo quando deixei aquele lugar.
Foi mais uma visita à última morada da minha avó...a terceira desde 2008.
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