De comboio. E porquê? Porque D. Pitanga que está aqui mesmo à minha frente, dentro da sua casota, vai para Lisboa comigo, para passar o fim de semana com a cria mais velha.
Ah, porque torna e deixa, e tal e coiso, que tenho saudades dela e podias trazê-la, e ela vem mesmo? E ai que bom vais mesmo trazê-la...
Sobra. Sobra para mim, claro. Só não sobrou para o mano Zé, que evita uma ida lá a casa para tratar dela e...deixá-la fugir escada abaixo. Soube há pouco tempo que a D. Pitanga também tentou a fuga com o mano Zé que tem mais de 1,80m e é bem espaçoso. Este fechou-se em copas, mas não aguentou o segredo, deve ser como eu, é de família, dá-se mal com eles e zás, lá saiu, que a menina de olhos azuis que dá pelo nome de Pitanga, tomou-lhe o pulso e à sucapa, a sonsa, pirou-se escada abaixo.Agora,vai aqui bem acordada, desconfiada e capaz de me comer numa fatia de pão. É a segunda vez que viaja para Lisboa, dentro deste compartimento claustrofóbico. De início, chorou um pouco mas agora vai sossegadita. De olho azulão arregalado que eu sei lá, não vá o diabo tecê-las.
Ir para Lisboa de comboio causa transtorno a outras pessoas e a mim. O mano Zé teve que se disponibilizar para me levar a Riachos para o apanhar. Depois, não posso viajar no intercidades porque o espaço é mínimo para a arrumar sendo que os lugares são marcados. Este pára em todas, mas ocupei 4 lugares, só para mim e minhas tralhas. Como nómadas, por esse mundo fora, com as traquitanas às costas. Por falar em costas, acho que a minha hérnea se queixou mais do que o normal e até tremo perante a hipótese de uma crise. É que eu não posso ficar imobilizada, sob pena de me internarem num asilo, por não poderem tomar conta de mim. E depois o que vai ser da minha Pitanguinha?
Bem, e para além de tudo isto, amanhã, bem! Amanhã quero ir ver o meu mar azul, verde esmeralda. E adormecer ao som das ondas batendo nas rochas e na areia. E apanhar sol e andar ao longo da praia até à ilha...do Baleal. E cantar até que a alma me doa...e também a voz.
Tive que desligar o computador. Estávamos quase a chegar ao Oriente e a minha kamba ligou.
Está em Lisboa, quase para ir para Luanda.
Cheguei e apanhei um taxi. O senhor, rapaz novo, abriu a mala do taxi e eu dei um passo atrás.
A minha gatinha não vai aí.
Tenha calma. Claro que não. É para os seus sacos.
Ah, pronto. Ela está assustada. Tem de ir ao pé de mim.
No percurso, a Pitanga voltou a queixar-se. O taxista resolveu falar-me de gatos e fazer-me perguntas sobre esta. Lá fui respondendo. Sei pouco de gatos. Sei é da minha. Isto é como as crianças. Nunca fui de dizer que gostava muito de crianças. Como se fossem coisas que devemos adorar. Não. Acho piada aos miúdos. Detesto putos embirrantes e mal educados e adoro, amando, as crianças que me dizem respeito. Amo-as de paixão.
Voltando à Pitanga, nem imaginam o que aconteceu, no taxi. Eu devia ter juízo e deixá-la em T. Novas, tipo castigo. Ponho-me a inventar e depois fico com cara de tacho com as loucuras da Pitanga.
Ela com a pata, passando por entre as grades da portinhola da sua cubata, tentava tocar-me. E conseguiu. Foi um toque molhado. Mijado, é o termo. Ah, pois é. Fez uma valente mijadela nos aposentos de princesa. E pior que isso, dentro do taxi, deste taxista puto, tão simpático.
Eu sabia que ela vinha borradinha de medo, na viagem. Mas que fizesse as suas necessidades sem ser no areão, ou na sílica, melhor dizendo...bolas Pitanga! Senti-me traída. Assim como assim, já me vou habituando, mas custa sempre.
Meti o rabinho entre as pernas e tirei-a com todo o cuidado, assim que parámos, na minha casa.
Surpresa das surpresas, o banco do senhor taxista, graças a Deus, estava sequíssimo.
Apeteceu-me pôr-me aos beijos à medrosa gatinha do olho azul celeste. Afinal foi uma traiçãozita que não provocou muito dano, apenas e só algum constrangimento para o meu lado.
Uma vez chegada a casa, libertei-a. Tratei dela e fui tratar de mim.
Fui visitar o Mulemba X'Angola. Estava lá a Cláudia que me fez uma festa dos diabos. Já há algum tempo que não a via nem ouvia. Desde que me ligou a dizer que estava no restaurante um grupo de angolanos para almoçar, que tinham visto no blog a indicação do Mulemba e ali foram à descoberta dos cacussos,da moamba e da cachupa. A Cláudia, nessa altura, baixou o tom de voz e disse-me - Clarinha, são todos angolanos, brancos.
É que a Cláudia é africana pura. Negra como os pais. E?...mas ainda hoje ela própria, no seu restaurante, tem necessidade de dizer que uns são brancos e outros negros. Os mestiços como sempre, andam ali, num lugar que, não sei bem qual é. Quer dizer, eu sei. Eles, os outros é que não.
Hoje, como sempre, o restaurante estava cheio de gente, de todas as cores, claro. Angolanos e não só. Jantei numa mesa, perto de uns homens já velhotes, portugueses, do Olival, mesmo, que não respeitando o meu prego de carne de vaca ( que foi isso que fui lá comer ) estavam entusiasmadíssimos a falar de um jogador de futebol brasileiro que terá morto a mulher e atirado-a aos cães para que a destruissem. E eu e o meu prego. E eu e o meu estômago. E eu e as ganas com que ando de bater em alguém. E os velhos estavam a pôr-se a jeito...e ainda agora tenho o estômago todo embrulhado da conversa. Noutro tempo, mandava-os calar e se não me obedecessem virava onça, agora, já não, mas ainda senti uns fornicoques que tive que controlar.
E pronto. Para acabar em beleza, estive a ver um programa em estreia na TVi, com a Iva Domingues e uma médium. E o António Sala, que achou-se visitado pelo seu amigo de sempre Carlos Paião. E os diversos convidados. E também lá gostava de ter ido. Que eu às vezes acredito outras nem tanto. E tirava a prova dos nove.
E para sexta-feira já chega, tendo em conta que trabalhei o dia todo, indispûs-me com uma colega por causa do ar condicionado que ela não quer que se ligue porque sente frio nas costas e tem lá um casaco mas NÃO LHE APETECE VESTI-LO. E eu tive de lhe dizer que a mim não me apetece uma ventoinha virada para mim directamente, e nem me apetece ficar doente. E já não tenho arcaboiço para discussões nem para egoísmos e arrogâncias de gente como eu.
Tendo em conta também que amanhã vou de viagem de novo para um fim de semana que me propûs gozar e me ofereci e quero-me bem tranquila e bela como diria a minha caçula, passando a mão pelo rosto, a exemplificar a beleza.
E com isto me vou, que hoje a Pitanga está a fazer o reconhecimento do espaço e não sei se vai querer dormir comigo ou com a minha cria. Se escolher a cria ( o mais provável, porque ela para além de sonsa gosta de botar charme ) vai ser um alívio para mim porque me deixará dormir de um sono só e não me acordará pela madrugada fora, para se empoleirar no meu ombro e obrigar-me a virar-me para que se deite no meu peito. Nem me morderá o queixo ou o nariz. Olhem que sorte a minha!...
4 comentários:
Verifiquei agora que, certamente por mero lapso, o meu nome foi adicionado aos "seguidores" deste blogue, e, por que tal foi feito sem o meu consentimento, deve o mesmo ser desde já removido. 10-07-2010 - Célia Cunha
Minha senhora, menina, o que fôr, soará...
Não sei se é a Célia que se adicionou a este blog, nem tenho de saber. Não contacto com os meus seguidores. Comecei com 1 seguidor que é meu irmão, depois com um sobrinho e a seguir deixei de saber quem são. Os meus amigos mais íntimos podiam sê-lo e não o são e nunca, mas NUNCA os questionei sobre isso. Para mim não tem essa importância toda. Respeito-os e sinto-me grata por se adicionarem mas durantes meses tive apenas 3 seguidores e não desisti de escrever, aliás, o meu propósito não é escrever para seguidores. Quero dizer-lhe que conheço algumas senhoras com esse nome, inclusive uma colega de trabalho.
Para o caso de não saber, trabalho num tribunal e convivo com um advogado há mais de 30 anos, um monstro sagrado do Direito que um dia com uma simples frase eternizou o seu desportivismo e humor.
A propósito de uma Acção Sumária ( processo cível ),pois que o seu cliente era réu nessa acção e citado para contestar a dita, a resposta foi:
QUEM A PÔS QUE A CONTESTE...
Acho que nâo preciso de dizer mais nada. Somos todos seres pensantes, alguns inteligentes e gente de boa vontade.
Para a Célia Cunha que se adicionou, uma palavra apenas. Lamento. Pode estar a ser alvo de um mal entendido.
Para a senhora que aqui escreveu hoje, logo pela manhã e que aqui veio sem que eu a chamasse, lamento também que tenha um nome igual a outras célias.
Navego em águas claras, como o meu nome, que não foi escolhido por acaso, tem a carga genética duma grande mulher, a minha avó.
Aqui só vem quem escolhe vir.
Não chamo,não tenho anúncios de chamariz, nem ofereço nada em troca para aliciar almas, porque aqui é do " eu " que se fala. Do tu,quem quiser que fale noutra rua qualquer, noutro kimbo, que não o tukayana.
Minha senhora, se não é a célia cunha que se adicionou, lamento, célias há muitas e não se pode ter a pretensão de se achar exclusiva. Não lhe faço pergunta alguma, porque não estou interessada em respostas, não a conheço, não me conhece, pelo que percebi, mas por alguma arte mágica caiu aqui de pára-quedas. Só lhe desejo que não volte a simular quedas tão baixas e rasteiras, porque pode não ter balanço para voltar para o seu espaço.
E já agora, para o caso de não saber, TUKAYANA em Kimbundu quer dizer VENCEREMOS. Não é uma palavra do português. É uma palavra importante para mim, porque para além de tudo, a minha terra viveu décadas querendo sair vitoriosa duma guerra tão mortífera e Venceu, estando hoje em PAZ, por isso escolhi-a para dar nome a este kimbo que considero de todos os de boa vontade.
Também para si que de certa forma se sentiu melindrada com a hipótese de usurparem o seu nome, o meu tukayana. Na vida todos queremos vencer, mas só os que Deus escolhe são capacitados por Ele para o caminho árduo e penoso da vitória. Eu busco esse caminho, porque Ele, o Deus em que acredito olha-me bondosamente e acredita que eu seja capaz de lá chegar e eu não o defraudo. Tente, D. Célia Cunha, tente esse caminho árduo dos bem aventurados e não se rale com nomes. Chapéus há muitos...
Em nome de uma célia cunha, qualquer, que tem a pouca sorte, neste caso, claro, de ter o seu nome, o meu pedido de desculpas pelo transtorno causado, mas acho, tenho quase a certeza que as suas pessoas não navegam pelas minhas águas e como tal não há o perigo de pensarem mal de si por aqui ter o nome. Olhe, não se inquiete, porque blogues há muitos também e isto chega para todos. E apesar do Mundo ser uma ervilha, é redonda e hoje estamos mal amanhã estamos bem.
Por último, desejo-lhe uma vida boa e uma santa vida.
Clarinha
Esta célia cunha será que é a que eu estou a pensar e que já muito comentou aqui no teu blogue?
Será? Olha que também não é importante. Para se portar desta maneira.
Com franqueza! Estou estarrecida.
Eu não percebo nada disto de blogues mas não têm de ser os próprios a registar-se com conta no google?
É preciso ter lata.Tens toda a razão. Quem é que a chamou aqui?
Vem bisbilhotar sem se pronunciar. É das que vem todos os dias, vais ver...a SONSA, como tu dizes da tua Pitanguinha.
Beijinhos e resto de bom fim de semana. Tou a ver que sim.
Esse nariz sempre empinada, sacode a roupa e sabes que te digo?
Bate na madeira, que há para aí mta invejazinha encoberta. Xau.
Ena, ena! O que para aqui vai.
Clara,essa dona nem merece resposta. Que ressabiada!
Não canses a tua beleza com estes gestos infelizes e ignorantes.
Tu não és GRANDE? Então vale-te da tua Grandeza e chuta para canto.
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