É domingo, à noite. Mas não. Hoje não viajei nos sonhos nem na estrada de alcatrão caminhando pelas horas até agarrar a semana. Na angústia.
É domingo, mas parece que é sábado dos meus encantos e amanhã então, domingo da partida. E sim. Parto para a calmaria solitária e ansiosa de alguns dias e depois o descanso. Que espero. E o lazer. E o tempo bom do ócio consentido. E dos afectos.
E não vou sonhar o mar. Vou entrar nele. Banhar-me e sentir-me.
E não vou sonhar o sol. Vou recebê-lo e aproveitá-lo.
E não vou sonhar sombra e luz. Vou viver esse contraste.
E não vou sonhar lua cheia banhando o mar e prateando-o. Vou olhá-la, cantá-la, e fazer-lhe versos, se possível, de amor.
Hoje não tenho um banco para sentar e esperar. Tenho dois. Mas não vou sentar, nem esperar, nem sonhar. Não estou para aí virada.
Do lado de fora, quero contemplar-lhes a beleza que o artista fez nascer e trabalhou e com certeza poder dizer que hoje, com o meu amor parido de dores, medo e força, sonhado, e feito verdade, não preciso de mais nada.
Não quero esperar no banco sentada. Nem sequer preciso sonhar. Sozinha ou de companhia. Nada de sonhos.
Aguarda-me a semana. Ela sabe que eu quero que ela chegue mas que parta sem olhar para trás.
Apenas me apraz dizer: Obrigada. Porque hoje sou mais Eu.
domingo, 18 de julho de 2010
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