domingo, 4 de julho de 2010

pobres e mal agradecidos


Quando vinha das compras, do Lidl, sim porque eu não tenho vergonha de dizer que compro no Lidl, porque há muito boa gente que faz lá as suas comprinhas todas, até o pão de lá vem, mas diz com ares de sonsa " Eu cá, no Lidl só compro comida do cão e do gato " Quando assim é, só me apetece chamar-lhes sonsos, tesos duma figa, com mania de gente gourmet e sem lhe poderem chegar...Corrê-los ao bofetão, era pouco. Ou vuvuzelando para cima deles.
Claro que já toda a gente me ouviu dizer que se pudesse só fazia compras no supermercado do Corte Inglês. Porque todos os produtos ali expostos são de uma qualidade de se lhe tirar o chapéu e eu gosto. Como gosto de cozinhar, e prezo-me de ser boa cozinheira. E sou boa anfitriã e por isso gosto do melhor, quer para mim quer para quem comigo convive. Daí a minha paixão pelo supermercado do El Corte Inglês para não falar das lojas gourmet, mas o Lidl satisfaz as minhas necessidades e alimenta algumas fantasias, a dos chocolates por exemplo. E por isso e porque a conta é uma agradável surpresa ali fui, hoje, mais uma vez. Da minha casa lá, é um instantinho. Só atravessar uma ponte e estou naquilo que se chama entre-terras, coisa parecida com entre-campos. Entre Odivelas e a Póvoa de Santo Adrião. Pois o LIDEL, como carinhosamento lhe chamo, ali está à saída da ponte chamando os mais desfavorecidos e os despreconceituosos.
Ora bem, mas a minha ida e vinda do Lidl nada tem de anormal, não fosse estar hoje com níveis de energia acima do normal, talvez do iodo de ontem, e para além de outras coisas só me apetece sair por aí fora a distribuir bofetões por quem se porta mal, pareço eu uma pré-histórica temível e desiquilibrada.
É que vi três pessoas juntas, perto da minha casa. Junto a um carro. Um casal nos seus sessenta anos e um homem relativamente novo (( 30 anos ), filho de ambos. Este muito mal humorado. Prepotente e mal educado dizia para o pai: Trago o carro cheio de tupperwares, vossos. Já não devem ter em casa nenhum.
E a mãe com ar infeliz, culpando o marido diz: É o teu pai que não os traz. Quando te levar alguma coisa não deixes que venha de mãos a abanar filho, fá-lo trazer os tupperwares.
Estão mesmo a ver o filme, não é? Pobre e mal agradecido, reclama de barriga cheia. Que maçada, o automóvel apilhado de plásticos...vazios.
Filhos!!!!!
E mais uma vez hoje me apeteceu que fosse meu filho. E tivesse menos 15 anos que fosse, já chegava, para levar uns açoites. Podia não valer de nada, mas que eu ficava consolada, ficava, porque criar cães que não reconhecem o dono, é algo que me custa engolir.
Os meus faz muito tempo, décadas, que não sabem o que é, umas sacudidelas de pó, mas eu tenho filhos de ouro. Às vezes... ficando ela por ela. Que me dou por muito satisfeita.
Hoje, ela até fez o almoço. Que me soube pela vida!

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