quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ando tão à flor da pele...

Como diz o cantor: " Ando tão à flor da pele ..." que qualquer coisa me faz chorar.
Até um cisco nos olhos. Pois...que até perco a vontade de rir de mim própria.
O meu sentir é uma amálgama confusa e desconfortável de sentires, muitos...de hoje, de ontem, de antes do ontem que virou passado faz tempo, mas que nunca é tempo passado.
Está a chegar a hora de me ligar umbilicalmente. E se o corte é violento, esta reunião que faço todos os anos, num luto que é aliviado nos restantes dias do ano, é dolorosamente saudosa.
Saudade sem fim. Dela. De todos. De mim.
Do que vivi. Do que quis viver. Do que ficou por viver. Da incerteza de viver.
Ando tão à flor da pele que tudo me provoca pranto.
E queria deitar para fora as mágoas, os pesadelos, os medos. As noites.
Ah! As noites...
Boas para verter lágrimas. Aquelas que gritam desesperadas, os desesperos de dias e dias fúteis, inúteis, vazios.
Que se revoltam com as partidas, abandonos, mentiras, traições.
Que praguejam incapacidades e vinganças, injustiças e desigualdades.
Que soluçam penas, caminhos interrompidos, cobardias, frustrações.
Que deslizam silenciosas e conformadas nas dores, nos lugares desocupados, nos silêncios contrafeitos, na impotência. E na saudade...
Ando tão à flor da pele que qualquer palavra, verso, mensagem, telefonema, emoção, me faz chorar como se fosse dia de dilúvio.
Voltar à união do cordão umbilical, num nó cego, atado no coração, me faz voltar ao ventre materno, para ser feto. E iniciar todo o crescimento, para voltar a nascer. Livre e pura. Pronta...

2 comentários:

maria disse...

Como isto vai, linda! Estamos mal, não é? Estás quase, quase a fazer aninhos, tens que arribar.Beijinhos e bom fim de semana.

anónimo disse...

Já deves estar na boa. Pelo que vi estás numa de nada fazer junto à praia. É isso aí mulher.
Abraços e beijos.