quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Cláudios da vida...
-Cláudio, esta senhora é da sua terra.
-Jura? É mesmo? - disse ele olhando para mim entusiasmado.
-Parece que sim. De onde é que você é? - perguntei-lhe.
-De Angola. Jura, você é angolana?
-Sou.
-De que terra?
-De Luanda. E você?
-Sou de Cabinda. Minha terra é especial.
Quem nos pôe à fala, pergunta ao Cláudio há quanto tempo trabalha no restaurante.
-15 anos.
-E não vai a Angola há muito tempo? - perguntei-lhe.
-Desde 2007. Fui a Cabinda e a Luanda. Fiquei em Benfica na casa da minha mãe.
A conversa prolongou-se mais alguns instantes. Depois perguntou-nos o que iamos pedir.
O Cláudio é o empregado do restaurante onde fomos comer duas vezes. Conhece há vários anos as pessoas com quem eu estava.Tem uma pele castanha, um pouco mais castanha que eu estou agora, só um pouco. Usa rabo de cavalo, verdadeiras extensões entrançadas e loiras. Grande contraste o do Cláudio. Também no trato. O empregado mais simpático do restaurante. Quando nos despedimos parecia que me conhecia de sempre. Simpático, desejou-me boa estadia e " volte sempre patrícia ". O Cláudio é uma personagem, nesta terra. Gostam dele e ele gosta das pessoas da terra. Ouvi falar dele por ser angolano e que um dia ia conhecê-lo.
Conheci-o. Gostei dele. Fez-me lembrar o Alfredo, da Tasca, em Torres Novas.
Porque será que eu dou um pontapé numa pedra e encontro um angolano?
Mas é uma alegria partilhada, quando isto acontece fora de Lisboa. Num lugar onde não é suposto Cláudios da vida chegarem, instalarem-se e permanecerem 15 anos e quem sabe quantos mais. Isto está a mudar...
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