segunda-feira, 5 de abril de 2010

Eu...na falta de mim

Devolve-me as letras
Os textos, as cartas
Que te escrevi
Devolve-me declarações
Que me obrigaram a ti
E as correntes...
Que te prenderam a mim
Devolve-me o cheiro
Mágico, intenso, secular
Da terra barrenta, da minha infância
E kizombas e sembas
Nos movimentos que te quis dançar
Devolve-me os colos e a intenção
De beijos, mais que um milhão
Nas noites frias do Outono,
Dum gelo que não senti
Devolve-me o luar
E todas as fases da lua
Que aprisionei, só p'ra te dar
Devolve-me a onda, no mar
Onde te desnudei
Num namoro, que não agarrei
Devolve-me os sorrisos e toda a alegria
Que te acreditei
De juras que não juraste
Num crédito que te falei
E o abraço...
Ah, mais do que tudo, o que quero
Te peço o meu abraço
Que pediste e sempre dei
Não o perdes nunca mais
Que no céu eu to gravei
Devolve-me o Mundo, o Universo
E a minha alma também
Devolve-me a liberdade
De poder amar alguém
Que tudo te dei por amor
Que assim, eu sou ninguém
Devolve-me a mim, por favor...

3 comentários:

david disse...

lindo..

maria clara disse...

obrigada meu querido.

anónimo disse...

se hipoteticamente, eu fosse a fonte de inspiração para este belo poema de amor, agora é que eu não devolvia nada. O visado não devolva por favor. Não se pode perder este sentimento e esta sensibilidade...comio sei que não sou eu essa fonte, só me apraz dizer que adorei. parabéns clarinha.