Conheço pessoas que têm uma vida boa. Sem altos nem baixos. Como um deserto. Aparentemente igual. Bom se calhar estou a ser injusta com os desertos, mas o que devo comparar? O mar? E quando em fúria, as tempestades o agitam? O céu? E quando a chuva chora das nuvens negras e zangadas? Ou a planície? E quando o seu verde quase bandeira, semeia malmequeres e papoilas, ou campos de trigo?
Conheço pessoas que não exaltam dias nem realçam ou agradecem o sol ...os dias são de festa permanente.
Conheço pessoas que conhecem pessoas que são como elas. Têm uma vida boa e não conhecem a outra. A real.
Não desejo ser essas pessoas, mas gostava de conhecer os desertos e planícies, os céus e os mares dessas pessoas, afastar as nuvens, colher as flores, apanhar a onda, dançar na chuva e comer desse pão. A vida boa, sem altos nem baixos...
1 comentário:
Passei por aqui. Vi o deserto que me viu crescer e parei. Sou nada, afinal. Tenho altos e baixos como o deserto que me criou. Tenho verde, verde intenso depois daqueles três dias de chuva que lhe molham num ano.
Afinal de contas eu contava poder ter um caderno que me lesse a infância. Afinal de contas passei aqui só para dier olá, obrigado, não mereço tanto.
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