terça-feira, 19 de julho de 2011

limitações e inibições

Li no blog da SMS, amiga da cria, que recebeu um telefonema, porque havia grande probabilidade de ser compatível com uma pessoa que precisa de um transpante de medula. Ela empolgada, depressa, a correr, voou até ao serviço que faz exames e perguntas. E deparou-se com uma pergunta aparentemente estranha mas que pelos vistos faz todo o sentido. Se tinha hérnias. Depois do exame feito, ficou feliz porque apesar dos pesares todos a que está sujeita no dia a dia, tudo está bem com a sua coluna. Continuou assim a acreditar na possibilidade feliz de ajudar a salvar alguém que precisa muito. Mas quis saber o que é que o cu tem a ver com as calças. E responderam-lhe que até acontecer um caso de um dador que piorou da sua hérnia depois de fazer a sua doação, passou a obrigatório o dador não ter hérnias.
Se bem se lembram as pessoas que aqui vêm ler e me conhecem, eu tenho hénias. Uma na cervical e outra na lombar. Concluí assim que jamais poderei ser dadora.
Esta inibição recordou-me outra, já lá vão 15 anos, quando alguém muito muito próximo de mim, tão próximo que chegado o momento de serem precisos dadores de sangue, pois que os hospitais pediam a doação antes do doente ser operado, eu me cheguei imediatamente à frente.
Éramos dois, os que estávamos preparados para o efeito. Nas calmas. Sem crises e sem medos. Quando chegou a minha vez, foi necessário responder a um questionário. Respondi calmamente, apesar do nervosismo de estar para acontecer uma cirurgia de certa forma complicada, ali no hospital santa maria e na equipa de lobo antunes, em que o paciente era uma pessoa que eu amava muito.
Uma das perguntas era se já tivera doenças dos países tropicais. Paludismo, disse. E a outra, se sofria de doença cardíaca. Perguntei se taquicardia contava como doença.
Agradeceram-me muito, sorriram de orelha a orelha e disseram-me que não, muito obrigada mas a senhora não pode dar sangue. Quis saber como é que ficava. E a criaturinha doente?! Que, se fosse preciso algum familiar teria que se chegar à frente. Não foi preciso. Correu tudo bem. Menos para mim, que fiquei com a certeza de que não fui útil.
Agora, de novo e com esta história das hérnias, chego a uma triste conclusão. Não serei útil porque tenho limitações.
Afinal o meu sangue não serve para nada?!
Que triste conclusão a que a SMS me fez chegar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem então cá vai.
O ano passado, o meu filho Marco, era o único doador compatível, na Europa, para uma pequena menina com leucemia e que vivia em Espanha.O processo demorou tanto, que apesar da insistência do Marco em querer doar, nunca mais nos disseram nada e com certeza o desfecho deste triste caso não foi o melhor.Lamentável, mas é a burocracia!

Bjnh Elena Sines

Maria Clara disse...

Pois!!!
Beijinhos Elena.