Eu te disse que todas as tardes ia sentar-me a olhar o mar.
Este mar que eu amo.
E estive lá sempre. No fim da tarde o mar fica prateado, vermelho, cinzento, da cor da nossa arte de contemplar.
Olha só como é bonito!
Não estendi o braço, nem te dei a mão. Nem sequer o dedo mindinho porque não te vi lá no fundo. Yá, o sol encandeia, mas o vento podia ter trazido um som qualquer para eu saber que estavas lá. Houve uns dias que ainda sorri e disse xauêeeeê com a mão canhota, assim como quem toca piano, ou batuque, sei lá, aqueles adeus que chamam de maricas, mas que se dão quando não se sabe mesmo se o outro está a olhar ou correponde.
Foi pena que não te vi nem me trouxeram notícias da tua presença.
Não faz mal. O mar e o sol me fizeram companhia. Afinal são mesmo eles os kambas que disseram - Presente - nesta minha contemplação.
E depois, eu não desisto, fico fraca, desmotivada por segundos mas o meu relógio me diz que há mais marés que marinheiros e num dia há muito tempo alguém cantou num filme passado em Lisboa, mas visto no cinema Império, na Vila Alice, que... o destino marca a hora.
Se calhar, vais ver, essa não era a nossa hora. A minha hora de te avistar no horizonte ilimitado de África e a tua de dares um ar da tua graça.
De qualquer jeito, deixa, mesmo assim...Estamos juntos!
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