Sentirmos as pessoas. As palavras. A importância. Descobrirmos que há ausências presentes.Cruzam-nos a vida que gostamos de viver alegremente. Vão embora. Partem sem dizer adeus. Para nunca mais, que quando alguém nos sai da vida, leva esse endereço.
Deixam-nos vazias. Deixam lugares que não substituimos. Eu não substituo.
Para cada pessoa o seu espaço.
Mas cada vez bato mais na madeira e faço figas, cruzes, canhoto, chapéu de coco...que me custa acumular lacunas.
Lembro uma grande sala de projecção de filmes, vazia. De vez em quando, a sala anima-se. As cadeiras ganham movimento. Animam-se também. Uma plateia animada, portanto. Para mais um filme. Uma história. Um drama ou uma comédia.
De vez em quando o factor surpresa ocupa uma cadeira, um cadeirão. Espalha a comoção.
E é como numa estação de comboios. Partem. E chegam. Já não há lenços brancos acenando, isso está fora de moda, mas por vezes as lágrimas que correm ligeiras escondem-se na gola alta de um dia frio e não são de tristeza. São de emoção.
Viver comove e surpreende. E viaja nos sonhos e nas partidas. Nos vôos e nos propósitos. Nos regressos. Nas presenças.
Viver é comovente. Eu gosto...
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