Hoje lembrei-me do Chico. E bateu-me uma saudade dos seus monólogos que mais pareciam conversas a várias vozes na cozinha, sua habitação no cativeiro. De cerca de doze anos...
O Chico veio pequeno. E trazia a gaiola e o nome. E foi uma oferta. Não a mim. Mas fui eu que fiz de mãe, pai, dona e até vilã.
O Chico ia de férias e cantava alegremente por essas estradas fora. E pendurado nos galhos dos dias de lazer que dividiamos com ele.
Os bichos da minha casa são especiais. Se calhar todos os animais são especiais. Mas os meus são mais especiais que os outros. São meus e eu adoro-os.
O Chico envelheceu e um dia deixou de cantar.
Fui eu que percebi que nunca mais cantaria.
Não sei porquê, mas hoje lembrei-me do Chico.
Ou será que no fundo eu sei?
É que bateu uma saudade...
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
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