Quero olhar a tela, com a rotina das coisas no olhar.
E a surpresa no crescendo duma emoção.
Num sentir para além deste prazer, que se torna desprazer se não te adivinho pensando em mim.
Ali, do quadro que se insinua na sala, quero saber o que pensas, nesse abstracto de pintor que te pincelou de verde basso o olhar.
Quero perceber o que a tua boca pede, entreabrindo os lábios húmidos. Como se chamasses por mim. Ou quem sabe, me expulsasses.
Vou olhar-te cada dia como se nunca te tivesse visto.
Eu nem te vejo...só em sonhos te acredito.
Ali na tela de pintor, olhando-me com olhos bassos, parece que me fazes promessas, ou quem sabe, as desmanchas...eu já não me lembro do brilho do teu olhar...
Insisto no teu retrato, na tela, no papel. Para acreditar que existes e que num segundo, um milésimo que seja de segundo, ainda te lembras de mim...
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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