Na sombra fresca da mulemba, eu brincava no baloiço. Eu e Sebastiana, filha caçula da lavadeira da casa. Quem sentava no baloiço, era eu, quase sempre. E baloiçava, baloiçava, num balanço de pernas, esticadas para a fente, flectidas para trás, rasgando o ar ou deitando-o para fora. O tronco quase deitado, o vento fazendo zumbidos nos meus ouvidos e a voz que ouvia...
Voa Clarita. E gritava mais entusiasmada...Voa Clarita, Voa...
E eu voava. Nas asas que a mulemba me dava. Na força da Sebastiana. Na voz das suas palavras.
Onde ficou a mulemba?
E a filha da lavadeira?
Nos voos da minha infância...
1 comentário:
Que ternura e que saudade...
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