Assim que a noite cai, cai a máscara.
Apanha-a. E arruma-a. Precisas dela todos os dias. Cuida-a, então. Não vá cair o queixo, crescer o nariz e regressar o monstro que se esconde nas horas do diabo.
Ergue-se a barreira. Cai o propósito e leva consigo a vontade de permanecer neste lugar. Aqui não se passa nada. A noite adormece de pasmo. Dizes tu.
Muda isso. Abre a gaveta e procura uma memória mascarada de cacimbo. Cheirando a flor de acácia. E sabendo a gajaja madura.
Estende a manta se fôr preciso. Compra foguetes.
Não me digas que já não há uns trocados na algibeira para comprares alegria! Aiuê! O mundo está-se acabando...
Chega-te à varanda. Faz saltar a lembrança. Aquela, do sonho que dura três dias. Breve mas intenso. Dançado.
Gingado na anca; e no pé descalço, a passada...
O que vês? Um carnaval de côr e som.
Desfilando na avenida, pinóquios, cães vadios, peixeiras, prostitutas, proxenetas, fadas, princesas, quitandeiras, travestis, falidos, carcereiros, novos-ricos, palhaços, polícias e ladrões. Políticos.
Política....
Da varanda do lado, serpentinas às cores caem também, ao acaso. Não fossem leves e garridas e poderiam cair como bombas.
Compraste os foguetes? Avisei-te. Diz que ajuda à festa. Todos os autarcas os compram para os dias Dê. Eles lá sabem. Ainda hoje me perguntei quem são os idiotas que votam apenas por causa de meia dúzia de foguetes. Caem como tordos. Desmascarados. Deixam-se comprar por um tostão furado. Vendem-se ao desbarato nesse foguetório feroz.
Cai a noite e cai a máscara. Ajeita-a. Há-de fazer-te falta para os dias que aí vêm. Aqueles mais cacimbados. Mudando a hora, as quedas serão constantes. No gelo.
E as quedas de tensão, então? O frio desgovernado que adivinho neste Outono em Portugal, será o culpado desse estender ao comprido.
Cai a noite, eu a tombar de cansaço e de tédio. E tu em queda livre para a tristeza.
E todos com queda para a angústia. Mergulhando de cabeça na desgraça. Caindo de quatro na miséria. Nem um carnavalzinho num recanto da memória a lembrar que esta vida são três dias e um e meio já está passado, que foi uma pressa que lhe deu.
E que tristezas não pagam dívidas e podem e devem esconder-se por de trás de uma bela e dissimulada máscara.
Apanha-a. E arruma-a. Precisas dela todos os dias. Cuida-a, então. Não vá cair o queixo, crescer o nariz e regressar o monstro que se esconde nas horas do diabo.
Ergue-se a barreira. Cai o propósito e leva consigo a vontade de permanecer neste lugar. Aqui não se passa nada. A noite adormece de pasmo. Dizes tu.
Muda isso. Abre a gaveta e procura uma memória mascarada de cacimbo. Cheirando a flor de acácia. E sabendo a gajaja madura.
Estende a manta se fôr preciso. Compra foguetes.
Não me digas que já não há uns trocados na algibeira para comprares alegria! Aiuê! O mundo está-se acabando...
Chega-te à varanda. Faz saltar a lembrança. Aquela, do sonho que dura três dias. Breve mas intenso. Dançado.
Gingado na anca; e no pé descalço, a passada...
O que vês? Um carnaval de côr e som.
Desfilando na avenida, pinóquios, cães vadios, peixeiras, prostitutas, proxenetas, fadas, princesas, quitandeiras, travestis, falidos, carcereiros, novos-ricos, palhaços, polícias e ladrões. Políticos.
Política....
Da varanda do lado, serpentinas às cores caem também, ao acaso. Não fossem leves e garridas e poderiam cair como bombas.
Compraste os foguetes? Avisei-te. Diz que ajuda à festa. Todos os autarcas os compram para os dias Dê. Eles lá sabem. Ainda hoje me perguntei quem são os idiotas que votam apenas por causa de meia dúzia de foguetes. Caem como tordos. Desmascarados. Deixam-se comprar por um tostão furado. Vendem-se ao desbarato nesse foguetório feroz.
Cai a noite e cai a máscara. Ajeita-a. Há-de fazer-te falta para os dias que aí vêm. Aqueles mais cacimbados. Mudando a hora, as quedas serão constantes. No gelo.
E as quedas de tensão, então? O frio desgovernado que adivinho neste Outono em Portugal, será o culpado desse estender ao comprido.
Cai a noite, eu a tombar de cansaço e de tédio. E tu em queda livre para a tristeza.
E todos com queda para a angústia. Mergulhando de cabeça na desgraça. Caindo de quatro na miséria. Nem um carnavalzinho num recanto da memória a lembrar que esta vida são três dias e um e meio já está passado, que foi uma pressa que lhe deu.
E que tristezas não pagam dívidas e podem e devem esconder-se por de trás de uma bela e dissimulada máscara.
Sem comentários:
Enviar um comentário