O fim de semana prolongado chegou ao fim. Inevitavelmente este final apanha-me triste.Descobri que ir para casa, aquela demasiado grande para mim, ao domingo, custa menos que à terça-feira. E que o tempo passa tão depressa que parece um sonho, com um despertar muito melancólico. Estive em casa. Esta que tem o tamanho do amor e que me aconchega física e espiritualmente. Cada vez me apetece mais estar nesta casa.
Hoje tive visita ao dermatologista. E tive agência de viagens. E tive armazém da Herbalife. E muito cansaço. Pouca paciência para as criaturas que se sentam ao nosso lado e ocupam metade do nosso banco e alargam os braços para a leitura do Correio da Manhã e o cheiro das suas roupas toca as nossas e sentimo-nos empestando a pó talco, nafetalina e outros ainda menos bons. Que nojo!
No doutor estive o tempo do tratamento a que sou sujeita de três em três meses, ganhei um sorriso que o senhor é simpático, ouvi um telefonema que atendeu porque era urgente e pediu desculpas, acho que tem obras em casa. Umas frases sobre o tratamento a que me submeto, o desejo de bom Natal ( que estranho ) e até para o ano se não for antes que se precisar de alguma coisa já sei que posso ligar que ele atende-me logo e pronto, adeuzinho e oxalá, paga maria clara que agora pertences à ADSE e o senhor era médico dos SSMJ, por isso quase não pagavas.
E vi-me no Chiado. E entrei na Casa da Sorte para um euromilhões de 2 € e descobrir que os que tinha na carteira não eram premiados.
O Santini não me seduziu. Nem sequer fui almoçar aos Armazéns. Fiz-lhes vista grossa.
A basílica dos Mártires ali ao lado a chamar-me como que a dizer-me que agora que o desespero passou já não entro e tal e coiso... E fiz-lhe a vontade e entrei mesmo. Gosto da tranquilidade dessa igreja. Dos altares bonitos e cuidados. Das velas acesas. Custam 40 cêntimos. Há uns santos predilectos. Olho o Santo António, com ironia. O casamenteiro. Baaaaah! Vou buscar umas poucas de velas mesmo ali de frente dele. Olho-o de novo. Nananananã! As velas estão contadas e são para os santinhos da minha devoção. A Nossa Senhora das Dores é o meu altar preferido. Gosto da Basílica dos Mártires. Vai-se lá saber porquê!
Estava eu a acender uma vela e do interior da basílica ouvi em coro cantarem os parabéns. E palmas. Tirei a máquina para fazer umas fotografias. Ao interior da igreja. Apareceu por detrás de mim um homem que me disse que só podia tirar fotos sem flash. Irritou-me. Já estava no símbolo que avisa que é sem flash. Respondi com brusquidão e ao ouvir-me pedi desculpa aos santos todos.
Voltei à rua cansada. De mim. E do resto do mundo. Dei comigo a pensar que não pertenço aqui. A sítio nenhum. Gosto das terras. Algumas. Mas este não é o meu chão. Sou a eterna estrangeira aqui, ali e até na terra que me viu nascer e crescer. Quanto à legalidade da burocracia.
Tenho duas reservas para a viagem para Luanda. Uma na TAAG e outra na TAP. Uma mais cara que outra. E com o senão de não ter vôo de manhã, perdendo o 1º dia de férias. Vou ter de optar. Claro que, pela mais barata e que me dá mais um dia em Luanda. Devia ter ficado feliz, sonhadora, ansiosa, e não. É sempre assim. Muito sofrido o tempo que vai desde que contacto com a agência até ao dia da concessão do visto. Porque mais uma vez serei estrangeira, por falta de passaporte. Tratarei disso logo que lá chegar porque para além de tudo, são 125 € a menos, e a entrada faz-se duma forma muito mais tranquila. Bem como a saída.
Na Herbalife estava tudo num alvoroço. Mas fui atendida rapidamente. Uns batidos, umas caixas de barras energéticas, uns herbalifelines, champô, gel de banho, gel cicratizante e pronto, despachei-me rápido.
De novo em casa e um lanche rápido, que não tinha almoçado. A Pitanga estava sozinha. Deitada em cima da mala do David, na marquise. Parece ela que advinha mais uma viagem, mais uma ausência, um lugar vazio.
Hoje decididamente não é o meu dia. Tudo me pesa.
Estou de viagem, com a Pitanga. Para o sítio onde a tristeza me visita mais. Se ouvissem a minha conversa com ela achavam que estou um pouco louca. Eu acharia, concerteza, numa doença que se chama gatice e que me apanhou mais ou menos desprevenida. Eu a falar com uma gata, como se ela fosse humana! Pior, a falar-lhe como se fosse minha filha. Eu acho que é. Humana e filha. Haviam de a ver. Vistas bem as coisas...
O dia termina assim, mais para lá do que para cá. A fazer jus ao que se espera dele.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
calma amiga k o meu dia começou bem mas também acabou menos bem, logo mis falamos, mas fica tranquila k não é nada grave, as tais xatices de burocracia, dos nomes k adquirimos (emprestados) e k nos complicam a vida!!!!
Enviar um comentário