As minhas viagens têm sido monótonas e aborrecidas, entre bocejos e silêncios. Os putos andam tão sossegados que nem dou por eles. E os adultos envergam uma cor de burro quando foge, ou cor de rato castanho/cinzentão, num nem...nem... que me deprime e me dá nos nervos, porque tenho medo de ratos. Na espera do autocarro de Leiria, no acordo feito com o sr. Margarido, a miúda malcriada, a implicante do chapéu de chuva, faz-me agora uns cumprimentos rasgados e prateados nos seus dentes enlatados num aparelho dos dentes, que só me faz lembrar dentistas, brocas, cheiros, gabinetes sinistros, batas brancas, medo, muito medo...A miúda teve de cá vir, em dia de atraso, que acontece a todos, e acabou encabulada perguntando: - O TUT já passou? Como se eu não soubesse o que são miúdos! Acabei a dizer-lhe, que não, oferecendo-lhe um sorriso sem ressentimento. E estamos assim; dias e dias iguais nesta falta de andamento que me deixa nim, coisa que não gosto nem um pouco. E reflecte-se em tudo e na escrita também. E dou comigo a subir o viaduto a caminho dos seis quilómetros diários com vontade de voltar para trás e cheia de questões para as quais não tenho respostas, como, porque ando eu? porque escrevo eu? porque insisto eu? porque ainda estou eu nesta terra? porque tenho eu, o blog? E relativamente ao blog, pelo andar da carruagem nem meia dúzia o lê, deixando-me isso melancólia e fazendo-me questionar sobre a sua utilidade, para mim e para quem aqui vem. Bem, um dia destes e porque postei aqui algo que passou de boca em boca, ou melhor, de mail em mail, acabei a falar ao telefone com alguém que mora no meu coração e com quem não falava há alguns anos. Mas também ouvi a propósito de um post postado há muito pouco tempo, que isto é uma desbunda, pois conto aqui tudo o que faço e só falta contar que...enfim, não vou repetir porque não me fica bem fazê-lo, e só me rio porque não posso chorar. Guardo as lágrimas para algo que valha de facto a pena. Mas fiquei a pensar nisso tudo, numas e noutras. No que me faz escrever para além do narcisismo e do tempo para isso. E presunção e água benta que tomo a que quero. Enfim... hoje não estou para amar. Há dias que vale mais passá-los na sorna vendo, quem sabe, o programa da Júlia Pinheiro que os desocupados e conformados e outros que não cabem neste pacote seguem a par e passo. Aqui volto a formular uma pergunta: Reformo-me ou não me reformo? É mais uma das perguntas a que não sei responder.
quarta-feira, 30 de março de 2011
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4 comentários:
olá! Apesar de algumas horas chatas, que possa ter, durante o dia, escreve porque lhe sabe bem. O escrever é uma forma de partilhar aquilo que sentimos, as alegrias, as tristezas, os momentos bons e maus. Vi a foto em cima do pinheiro, ou árvore. Gostei da foto, mas tenho uma pergunta. O que é Aurora ? A árvore foi baptizada pela Maria Clara ou é esse o nome dela? um abraço e beijos para si. continuação de um bom trabalho. força!
Ó Clarinha...Então? Quantas perguntas te colocas.
Continua mas é a escrever. Eu venho cá todos os dias, sim?
Acho que estás a precisar d'uns dias à beira-mar, não?
Beijinhos.
Oh Nuno! Só você para me fazer rir.
Então vamos lá por partes:
A árvore é um pinheiro. Certo?
Postei a foto e chamei-lhe aurora.
Onde está a dúvida?
Significado de Aurora?! O romper do dia. Claridade que precede o nascimento do dia.
Ah, e não se rale. Eu não tenho muitas horas chatas. Mas obrigada pela força. Às vezes a vontade de a fazer é que é pouca, mas tudo bem.
Fico-lhe grata por comentar. Tudo de bom.
cuidado com essa da reforma......se não tiveers como ocupar o tempo tax fox......a principio é um alívio mas depois qdo acordares e não encontrares como passar o tempo, até do computador te fartas.......
vai preparando isso sim, pensando em ocupar o tempo pelo menos depois de 3 mesitos, pk nesse tempo, tax feliz da vida com a nova condição, depois é k são elas.....tédio e uns calitos no rabinho por ficar muito sentda ao computador.....
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