quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

que noite!


Me convidei, me convidaram, nos convidamos para jantar. Ali ao pé do castelo. Até sair de casa tudo estava calmo. Até eu própria...Depois percebi que fora má idéia. Não tinha fome. Não tinham fome. E o temporal devia ter impedido a saída do aconchego do lar onde ficou a Pitanga, olhando a televisão e abrindo as gavetas da cómoda do corredor no velho fetiche de espalhar os meus pijamas de verão, talvez na esperança de um desfile de moda...decadente como são os meus pijamas. O Alfredo ia estragando a nossa noite com a sua má disposição quando aparecemos a bater as nove, tendo o sr. Vítor com a sua fantástica simpatia e paciência de patrão, salvo o meu jantar das quartas-feiras. Torres Novas não tem mar, mas rio. As ondas de dez metros não chegarão cá, o vento esse parece querer partir-me os estores, entrar-me pela casa dentro e destruir o que sobrou desta casa grande demais para duas gatas pingadas. Já pouca coisa me comove. Por isso e apesar do tempo se queixar tanto e se vingar furiosamente na minha rica casinha, vou dormir. Espero não sonhar que me tiraram um parafuso de um dente, parafuso que não existe realmente, e que os meus óculos se partiram em mil bocados, como sonhei a noite passada. Espero sonhar com gente boa, se acaso tiver de sonhar num sonho de sono de justos. Quando era miúda e estava a trovejar, aquelas trovoadas africanas que me faziam tapar a cabeça com os lençóis e rezar para santa bárbara como sô santos ensinou, eu só queria dormir para não ter mais medo. Boa noite para vocês também.

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